O lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, que estava preso desde novembro de 2024 numa cela de segurança máxima na Penitenciária Central do Estado (PCE), foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília, considerada a unidade mais segura da América Latina. A transferência foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin. As informações são do jornal A Gazeta.
Apontado como peça-chave em uma suposta organização criminosa que realizaria venda de sentenças judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Andreson já havia recorrido da prisão preventiva, pedindo aplicação de medidas cautelares, o que foi negado em colegiado pelo STF.
Após a manifestação favorável da Procuradoria Geral da República (PGR) pela transferência para Brasília (DF), argumentando a necessidade de preservar a vida do acusado, a defesa pediu a transferência para outro presídio em Mato Grosso, mas Zanin negou.
A defesa do lobista chegou a argumentar que Andreson estaria em uma cela insalubre e que a transferência seria uma “tortura”. No entanto, em fevereiro de 2025 a Justiça de Mato Grosso autorizou uma dieta especial para ele, com acompanhamento de nutricionista, que incluía salames, barras de cereal, isotônicos, leite em pó, atum, grão de bico, entre outros alimentos.
Sua prisão foi determinada a partir da Operação Sisamnes, que investiga a venda de sentenças judiciais. Ele também é suspeito de envolvimento com o advogado Roberto Zampieri, assassinado a tiros em dezembro de 2023. Mensagens encontradas no celular de Zampieri revelaram que o lobista buscava informações confidenciais para proteger aliados e dificultar investigações contra desembargadores.
Em um dos casos, Andreson teria contatado o conselheiro do CNJ Luiz Fernando Bandeira de Mello, pedindo consulta sobre processos envolvendo o desembargador João Ferreira Filho, afastado desde agosto de 2024 por relações suspeitas com Zampieri.
Ele ainda teria realizado transferências bancárias no total de R$ 4 milhões para pagar propina a um assessor do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que teria atuado nos gabinetes de duas ministras da corte.
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