A Justiça de Mato Grosso decidiu, após quatro décadas de disputa, que os sucessores do casal de norte-americanos Edmund e Therese Zanini serão indenizados pela grilagem, na década de 70, de 149 mil hectares de suas terras na região de Sorriso (397 km de Cuiabá). O valor da indenização, ainda a ser calculado, pode atingir cifras bilionárias, dado o valor das terras na região.
A decisão ainda está sujeita a recurso, e a resolução completa do caso pode levar mais dez anos, estimando-se que o processo dure até 50 anos no total. As informações são do jornal Estadão.
O caso remonta a 1984, quando o casal de norte-americanos Edmund e Therese Zanini, ambos falecidos, entrou com um processo judicial alegando fraude cartorial que possibilitou a venda de suas propriedades por grileiros. Eles adquiriram a terra no Brasil na década de 1960, visando desenvolver atividades agropecuárias na região, aproveitando o incentivo à ocupação da Amazônia durante o regime militar. O casal chegou a ter várias fazendas com atividades produtivas, mas, depois de 19 anos no país, decidiu voltar aos Estados Unidos.
Em 1977, um grileiro se passou como representante legal do casal americano e transferiu as terras para um laranja, que posteriormente loteou a área — equivalente ao tamanho da cidade de São Paulo — por meio de documentação falsa. Atualmente, a região concentra grandes produtores de soja, milho e algodão.
Além das terras em Mato Grosso, a família também adquiriu propriedades em Goiás, que mais tarde também foram griladas. A disputa judicial foi alimentada pela falta de infraestrutura e pela conexão limitada com o restante do Brasil, especialmente nas décadas de 1960 e 1970.
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