Aos prantos, a técnica de enfermagem Marinete Cardoso, mãe de Douglas Gonçalves de Oliveira, de 31 anos, vulgo ‘DG’, que morreu em confronto com policiais militares da Força Tática na madrugada de quinta-feira (30), em Cuiabá, negou que o filho tenha qualquer envolvimento com o assassinato do sargento Odenil Alves Pedroso, praticado em maio de 2024. Ocorre que a Polícia Militar afirmou que ‘DG’ é tido como uma das lideranças da facção criminosa Comando Vermelho e deu apoio à fuga de Rafael Amorim de Brito, identificado como autor do homicídio do militar.
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Nas redes sociais, Marinete afirmou que Douglas foi morto ‘covardemente’ pelos policiais e que não vai deixar a situação ficar impune. “Mais um que a Polícia Militar matou, mais um que a polícia covardemente matou. Aqui é só mais uma mãe chorando pelo seu filho, pela covardia que a PM fez. Eu não vou deixar impune, meu filho não tem nada a ver com o que aconteceu, meu filho não é culpado do que aconteceu. Daria minha vida pelo meu filho se pudesse, agora não posso mais”, disse.
A profissional de saúde relatou que não teve acesso ao boletim de ocorrência da Polícia Militar e afirma que as forças de segurança atiraram e alegam troca de tiros. Marinete afirma que o pai de Douglas também e estava no veículo e foi levado pelos militares. Ela informou que não o encontrou até agora.
“Estava com pai dele, esposa e amigo no carro. Ele e o amigo morreram e o pai desapareceu. Quero ver o boletim, o que a polícia vai colocar? Hoje em dia tudo é confronto. A pessoa está só com celular na mão e policia mata fala que é confronto, quero ver qual vai ser o boletim do meu filho, que ele estava armado, que ele atirou na polícia”, desabafou.
Por fim, Marinete acusou policiais militares de plantar drogas na casa dela e espancá-la, em ocasião anterior. Dessa forma, ela registrou um boletim de ocorrência contra os agentes e reiterou que procurará a Corregedoria-Geral para apurar o caso.
“Não tenho como explicar minha dor. Pode ter certeza que impune não vai ficar, eu vou até o quinto dos infernos, mas esses caras vão aparecer. Vou para a Corregedoria, vou ‘botar quente’ porque a polícia tem que parar de matar covardemente, brutalmente. Não vou me esconder, meu filho não matou ninguém”, concluiu.
O CONFRONTO
De acordo com o boletim de ocorrência, policiais da Força Tática receberam informações de que um grupo de faccionados estava trafegando pela avenida Historiador Rubens de Mendonça com armas de fogo, em uma caminhonete S10 branca.
Os militares iniciaram patrulhamento e conseguiram localizar o veículo na região do Centro Político Administrativo. Ao darem ordens de parada e iniciarem a abordagem, os policiais foram recebidos com tiros vindos de dentro da caminhonete, que chegaram a atingir a viatura da equipe militar.
Conforme o relato, os policiais revidaram a ação e efetuaram disparos contra os criminosos, que foram atingidos. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e constatou a morte de Douglas e do comparsa, Marcos Vinicius da Silva Faria, de 24 anos. Com eles, foram apreendidas uma submetralhadora e um revólver de calibre .32.
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OUTRO LADO
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar não se manifestou. O espaço segue aberto.
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