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MOVIMENTO NACIONAL

Cuiabano luta para mudar realidade de brasileiros vítimas de doenças tropicais

O Movimento Nacional das Doenças Tropicais Negligenciadas completou um ano na semana passada e vem atuado em campanhas de conscientização, eventos científicos e articulações institucionais para garantir que o tema permaneça na agenda pública

MARICELLE LIMA
DA REDAÇÃO

O cuiabano João Victor Pacheco Fós Kersul de Carvalho, 30 anos, está há um ano a frente do Movimento Nacional das Doenças Tropicais Negligenciadas (MNDS) e soma sua história de luta e superação com a de 28 milhões de brasileiros que enfrentam o estigma, a exclusão social e a falta de acesso a diagnósticos e tratamentos adequados.

Os objetivos são ousados e desafiadores e envolvem a mobilização coletiva de ampliar o debate sobre as questões sociais relacionadas as enfermidades. “Muitos são marginalizados devido à falta de saneamento básico, moradia digna e acesso a serviços públicos essenciais”, destaca. A Organização Mundial da Saúde, estima que 1,7 milhão de pessoas são afetadas por doenças negligenciadas, com mais de 200 mil mortes durante um ano – população que representa 14% dos brasileiros.

Dados do último Censo do IBGE pontuam que 49 milhões de brasileiros vivem sem esgoto adequado, 18 milhões sem coleta de lixo, seis milhões sem abastecimento de água, 1,2 milhão não têm banheiro em casa. “Resolvendo as questões de infraestrutura, saneamento básico, coleta de lixo, ajuda bastante”.

João pontua que o Brasil tem se destacado globalmente nessa pauta, especialmente com o programa Brasil Saudável, que busca eliminar ou reduzir 14 doenças até 2030. “O desafio é imenso. Essas pessoas enfrentam o estigma, a exclusão social e a falta de acesso a diagnósticos e tratamentos adequados. Nossa realidade de Brasil e de Mato Grosso não é diferente”.

Sobre celebrar e por estar à frente do movimento, João Victor, lembra que o trabalho envolve várias cabeças e mãos e não conseguiria se estivesse sozinho. “O MNDS nasceu durante o 1º Seminário Mundial das Doenças Negligenciadas, ele retorna à 2ª edição do evento, realizado na última quarta-feira (29), reafirmando o seu compromisso com a luta por políticas públicas mais eficazes e pelo fortalecimento da participação social”, reforça ele.

Segundo o presidente, um dos principais desafios do movimento é garantir que as pessoas atingidas por essas doenças tenham voz ativa na formulação das políticas públicas. Joao é vítima da hanseníase e mesmo com sequelas da doença que o fez abandonar a profissão de padeiro, não desistiu de lutar. “Nós, que vivemos essa realidade, sabemos onde estão as falhas do sistema e como podemos melhorar o acesso à saúde. Nossa luta é para transformar essa experiência em políticas concretas que beneficiem as comunidades mais vulneráveis”.

Além da incidência política, o MNDN tem atuado em campanhas de conscientização, eventos científicos e articulações institucionais para garantir que o tema das DTNs permaneça na agenda pública. “Ao completar seu primeiro ano, o movimento segue firme na missão de amplificar vozes, denunciar desigualdades e promover soluções para uma das questões mais urgentes da saúde global”.

LUTA E SUPERAÇÃO

Reprodução Fantástico

Alzira MNDS

 

Alzira Rodrigues, 71 anos, foi diagnosticada com hanseníase aos 14 anos. Ela conta que morava em Poconé, a 100 km de Cuiabá, e sofreu preconceito ao longo da vida. Mesmo sem entender o estigma da doença, só foi perceber a sua gravidade e a importância do tratamento a doença já havia se agravado.

Sua trajetória é de superação e diz viver da melhor forma possível mesmo com as sequelas da doença. “Aguardo autorização do SUS para amputar a perna direita. Sou cadeirante e perdi a mobilidade dos dedos da mão. Nada disso me impede de participar de movimentos sociais nacionais e internacionais que lutam pela causa, atuo na pastoral da juventude e junto dos seis filhos, cinco netos e uma bisneta, vivo da melhor forma possível”, destaca Alzira.

A história de vida da Alzira foi abordada no quadro do programa do doutor Drauzio Varela, no Fantástico.  Na ocasião, o médico abordou os cuidados e as sequelas da doença

DOENÇAS TROPICAIS

As doenças tropicais são doenças infecciosas e parasitárias que ocorrem principalmente nos trópicos. As mais conhecidas são:  Dengue, Chikungunya, Zika, Esquistossomose, Hanseníase, Leishmaniose, Doença de Chagas, Febre amarela, Malária, Filariose linfática, Raiva humana e Tracoma.

Essas doenças são consideradas negligenciadas, pois recebem pouco investimento para o desenvolvimento de vacinas e medicamentos.  Algumas doenças tropicais são transmitidas por insetos, como o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue.    

HANSENÍASE EM MT

Divulgação

Hanseníase

 

Das doenças tropicais, a hanseníase em Mato Grosso é destaque. O estado é reconhecido como hiperendêmico e tem as maiores taxas de detecção da doença no país. Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), foram registrados 4.359 casos de hanseníase em 2024.

Neste momento, 5.336 pessoas estão em tratamento da doença no Estado com índice de cura de 68%. Através da Escola de Saúde Pública, 33 médicos hansenólogos se formaram para o diagnóstico e tratamento da doença. Além disso, o Estado está atualizando o Plano Estratégico para o Enfrentamento da Hanseníase e redesenhando a linha de cuidado, com o objetivo de aprimorar o serviço prestado pela rede.

Outras medidas também são aplicadas pelo Estado, como a utilização dos índices de cura da hanseníase e tuberculose para a liberação de receita para municípios, através de repasses do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), além da destinação mensal de R$ 10 mil para a manutenção dos Ambulatórios Especializados, localizados em seis municípios de Mato Grosso.

SINTOMAS

Os principais sintomas da hanseníase são manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração na sensibilidade térmica, ao tato e à dor, que podem estar principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas. Assim que a pessoa apresentar esses sintomas, deve se direcionar a Unidade Básica de Saúde.

Também é preciso ficar atento a outros sinais, como áreas com diminuição de pelos e suor; dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; inchaço de mãos e pés, úlceras nas pernas e pés; caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos; febre, edemas e dor nas articulações; entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz e nos olhos.

Ao apresentar os sintomas, a pessoa deve buscar tratamento imediatamente, visto que a doença é contagiosa e, em casos mais sérios, pode causar lesões neurais e acarretar a incapacidade física. O diagnóstico precoce acelera a cura, diminui as chances de danos permanentes nos nervos, incapacidades físicas e impossibilita o contágio de outras pessoas” acrescentou a superintendente. Inicialmente, as Unidades Básicas de Saúde são responsáveis pelo diagnóstico e tratamento da hanseníase.

Os pacientes com resistência medicamentosa e/ou com um quadro mais agudo da doença são encaminhados para o Centro Estadual e Referência de Média e Alta Complexidades de Mato Grosso (Cermac), que é gerido pela SES. No local, o paciente é acompanhado por um dermatologista.

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