O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) enviou às autoridades uma proposta para a criação de centros de triagem destinados ao atendimento de pacientes com sintomas das chamadas arboviroses, como dengue e chikungunya. A recomendação técnica foi aprovada por unanimidade pelos conselheiros nesta terça-feira (25) e visa realizar a avaliação rápida do estado de saúde das pessoas, agilizar o atendimento, tornar os diagnósticos mais eficientes e garantir os encaminhamentos adequados.
A recomendação foi encaminhada à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS), à Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) e ao Ministério Público Estadual (MPE). Os dados mais recentes divulgados pelo poder público apontam para mais de 15 mil casos confirmados das duas doenças apenas neste ano.
Presidente do CRM-MT e um dos autores da recomendação técnica, Diogo Sampaio destaca que o crescimento no número de casos, que tem causado superlotação em muitas unidades de saúde de Mato Grosso, deverá ser ainda mais intenso nos próximos meses. “As projeções indicam que ainda não estamos no pico de casos, previsto para ocorrer entre março e abril, coincidindo com o período de maior incidência de doenças respiratórias. Isso vai pressionar ainda mais o sistema de saúde.”
Na avaliação do 1º vice-presidente do Conselho, Adriano Pinho, a criação dos centros de triagem já se mostrou muito eficiente quando o mundo viveu a pandemia da Covid-19. “Essas unidades são destinadas a avaliar os pacientes, classificá-los de acordo com a gravidade de cada caso e dar o encaminhamento necessário, o que vai organizar o fluxo, reservando leitos de maior complexidade para os quadros graves.”
Médica infectologista e presidente da Sociedade Mato-Grossense de Infectologia, Mayane Fonseca salienta que uma das principais vantagens dos centros de triagem é a capacidade de direcionar os casos para a unidade adequada. “Isso vai diminuir as superlotações nas unidades secundárias e permitir otimizar o atendimento, garantindo que muito mais pessoas sejam assistidas e manejadas corretamente. Com esse modelo, conseguimos proporcionar um cuidado mais integral, facilitar o acesso à saúde e garantir que o paciente seja examinado, diagnosticado e tratado adequadamente.”
O atual modelo, pondera a especialista que também elaborou a recomendação técnica, tem atrasado o atendimento aos pacientes devido à superlotação das unidades secundárias. “Isso ocorre mesmo quando o paciente passa pela classificação de risco e tem prioridade no atendimento, pois há muitas pessoas buscando assistência. Outro problema é que alguns, devido à demora, acabam voltando para casa e retornam depois com um quadro muito mais grave.”
ESTRUTURA
Na recomendação técnica, o CRM-MT detalhou a equipe mínima necessária para cada centro de triagem. Cada unidade deverá contar com um diretor técnico médico, pelo menos quatro médicos plantonistas em regime de plantão para cobertura 24 horas por dia, enfermeiros e técnicos de enfermagem, farmacêutico e auxiliar de farmácia, técnico de laboratório, além de seguranças e atendentes.
Os centros deverão possuir recepção, consultórios, salas de hidratação, farmácia, ambulância de suporte avançado e unidade laboratorial. “Com essa estrutura, será possível desafogar as unidades de pronto atendimento e garantir o melhor cuidado para essas doenças, que apresentam risco de óbito”, finalizou Sampaio.
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Aranha 26/02/2025
Se tivesse pensado de como acabar com o mosquito antes não precisaria ter q criar triagem agora!!
1 comentários