Para viabilizar a operação 'A César o que é de César' e prender os faccionados do Comando Vermelho Ozia Rodrigues, conhecido como ‘Shelby’ e Carlos Rodrigues Lopes da Silva, vulgo ‘Maxixi’, a Polícia Civil precisou modificar a forma de colher os depoimentos das vítimas. Isso porque, os criminosos aterrorizavam os comerciantes de Várzea Grande com objetivo de extorqui-los e obrigá-los a pagar uma taxa sobre o faturamento ou sofreriam represálias, que se estendiam aos familiares e funcionários das vítimas.
Segundo o delegado Antenor Pimentel, os policiais fizeram ‘depoimentos sem rosto’, ou seja, as vítimas das extorsões prestaram depoimento através de áudios e com aplicativo de distorção de voz para dificultar ou impossibilitar a identificação dos depoentes.
“Nesse caso, foi feito o chamado depoimento sem rosto. Nossa legislação de proteção à vítima e testemunha, notadamente nos crimes organizados, permite o sigilo da qualificação da vítima ou testemunha por dois anos e, nesse caso, eu pedi audiência por áudio e com distorção de voz, para não haver questionamento sobre o contraditório para a defesa”, explicou o delegado, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (10).
Conforme a autoridade policial, o objetivo era proteger as vítimas, que estavam amedrontadas com a situação, já que eram constantemente ameaçadas por Shelby e Maxixi.
“Nossa principal preocupação nessa investigação foi resguardar as vítimas e testemunhas. Ninguém quer colocar um alvo nas costas da vítima. A gente sabe como a facção trabalha”, afirmou.
Com o objetivo de aterrorizar ainda mais as vítimas, os faccionados mandaram duas advogadas acompanhar os empresários que fossem prestar depoimento, como forma de intimidação para que eles não delatassem os criminosos.
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A OPERAÇÃO
As investigações tiveram início em novembro do ano passado, depois que a Polícia Civil recebeu uma denúncia anônima sobre as extorsões praticadas pela dupla.
Na manhã desta segunda, os policiais conseguiram prender os principais alvos, Ozia Rodrigues e Carlos Rodrigues Lopes da Silva, em bairros de Cuiabá. Além disso, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, que culminou com a apreensão de dois veículos, um Jeep Compass e um Fiat Uno.
As advogadas também foram alvo de buscas, uma delas teve o celular apreendido. A esposa de Ozia também foi alvo de ordens judiciais. O objetivo é apurar a real participação dessas mulheres nos crimes e ligação com a facção criminosa.
O delegado pediu a prisão preventiva das juristas, mas o juiz negou, alegando que não havia elementos suficientes para deferimento da prisão. Contudo, elas seguem sendo investigadas.
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