"Já tivemos essa experiência (com o governo Trump) no passado, e precisamos ver onde isso vai terminar, quais os níveis de aumento das tarifas. Não vendemos minério para os Estados Unidos, que é autossuficiente nisso. Mas entendemos que tem efeitos secundários, de arrefecimento e demanda mundial, e que podem gerar impacto. Não vemos impacto relevante agora, mas seguimos monitorando", disse.
Ele falou a jornalistas em entrevista na sede da mineradora, no Rio. Com relação à China, Pimenta disse que o país segue sendo o principal mercado da Vale e deve manter ou ter leve crescimento na demanda este ano, ligada a diversificação da economia.
"Eles (China) tiveram boa performance este ano, crescimento acima de 5%, demanda em torno de um bilhão de toneladas de aço. A China deve seguir com ritmo de produção forte, pouco acima de 1 bilhão de toneladas", disse Pimenta.
Ele lembrou que a demanda do país asiático tinha uma dependência muito forte do segmento imobiliário, que caiu substancialmente, mas vem sendo compensada pelos setores de manufatura e infraestrutura.
"Isso fez com que a demanda chinesa por minério de ferro se equilibrasse. E a gente vê outros mercados acelerarem. Há outros mercados na Ásia crescendo ano contra ano, o que faz com que vejamos equilíbrio em 2025", disse o executivo, ao citar especificamente a Índia.
Pimenta afirmou ainda que os preços atuais do minério de ferro respondem a um mercado de equilíbrio e, se as cotações caírem abaixo de US$ 90, cerca de 150 milhões de toneladas deixarão de ser oferecidas globalmente e o preço se corrigirá.
"A gente vê que os preços atuais respondem a um mercado em equilíbrio, e acho difícil imaginar grandes variações estruturais neste momento. A gente acha que US$ 90, hoje, é o preço de equilíbrio de longo prazo", comentou o CEO. "Abaixo de US$ 90, (a produção de) aproximadamente 150 milhões de toneladas de minério ficam ineconômicos."
Desempenho sólido
O presidente da Vale definiu o desempenho da companhia em 2024 como "sólido" e se disse satisfeito com os resultados alcançados pela gestão até o momento. "Estou feliz com os resultados que alcançamos até aqui. Concluímos 2024 com desempenho sólido, reduzimos a taxa de frequência de lesões e alcançamos 57% do programa de descaracterização de barragens a montante. Não queremos ter mais barragens de nível três até o fim de 2025", disse.
Ele mencionou, ainda, a assinatura e acordos de reparação, como o relativo ao acidente de Mariana.
Pimenta também destacou a entrega de projetos que adicionaram 30 milhões de toneladas de minério de ferro a baixo custo, em referência aos projetos de Capanema e Vargem Grande, ambas em Minas Gerais.
Ele também disse que a empresa pretende concluir no segundo trimestre deste ano a revisão dos ativos da Vale Base Metals (VBM), subsidiária voltada à produção de minerais não ferrosos, como níquel e cobre.
Pimenta sublinhou, ainda, o foco da gestão em otimizar dispêndios de capital, ao que associou redução na orientação e capex.
Na quarta-feira, 19, a Vale comunicou ao mercado novas projeções de investimentos para 2025: o capex total caiu de US$ 6,5 bilhões para US$ 5,9 bilhões, sendo o investimento em crescimento de US$ 1,6 bilhão, ante US$ 2 bilhões a US$ 2,5 bilhões anteriormente, e o investimento em manutenção de US$ 4,3 bilhões, ante US$ 4 bilhões a US$ 4,5 bilhões.
(Com Agência Estado)
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