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Artigos Quarta-feira, 05 de Fevereiro de 2025, 15:04 - A | A

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Quarta-feira, 05 de Fevereiro de 2025, 15h:04 - A | A

LUIZ HUGO QUEIROZ

O impacto das recentes políticas tarifárias de Trump no comércio global e no agronegócio brasileiro

LUIZ HUGO QUEIROZ

A reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos trouxe uma série de medidas que estão redesenhando o cenário do comércio internacional. Entre as primeiras ações de seu segundo mandato, destaca-se a imposição de novas tarifas sobre produtos importados do Canadá, México e, principalmente, da China. Especificamente, foram aplicadas tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México, com exceção do petróleo canadense, que recebeu uma tarifa de 10%. Para os produtos chineses, a tarifa estabelecida foi de 10%. 

Essas medidas, justificadas pelo governo americano como necessárias para proteger a indústria nacional e reduzir déficits comerciais, provocaram reações imediatas dos países afetados. O Canadá, por exemplo, aceitou fazer concessões em relação à segurança nas fronteiras para evitar a aplicação das tarifas. O México comprometeu-se a intensificar o combate à imigração ilegal e ao tráfico de drogas, incluindo o envio de 10.000 soldados para a fronteira. A China, por sua vez, ampliou isenções tarifárias para países emergentes e fortaleceu parcerias com novas nações fornecedoras, buscando diversificar suas fontes de importação e reduzir a dependência do mercado americano. 

No contexto brasileiro, especialmente no estado de Mato Grosso, essas dinâmicas apresentam desafios e oportunidades significativas para o agronegócio. A recente desvalorização do dólar americano, que atingiu seu menor patamar desde 2016, tem efeitos duais para os produtores rurais. Por um lado, a moeda mais fraca reduz o custo de insumos importados, como fertilizantes e maquinários, aliviando as despesas de produção. Por outro lado, a queda do dólar diminui a rentabilidade das exportações, uma vez que os produtos agrícolas brasileiros são cotados nessa moeda. Essa redução na receita pode impactar negativamente a lucratividade dos produtores, especialmente em estados exportadores como Mato Grosso. 

Além disso, as políticas protecionistas de Trump podem afetar diretamente as exportações brasileiras para os Estados Unidos. Atualmente, os principais produtos exportados pelo Brasil para o mercado americano incluem petróleo bruto, aviões, máquinas, ferro, aço e produtos agrícolas, como café e suco de laranja. No caso da carne bovina, o Brasil enfrenta uma cota anual de 65 mil toneladas isentas de tarifas. Uma vez ultrapassada essa cota, é aplicada uma tarifa de 26,4% sobre as exportações adicionais. Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente 230 mil toneladas de carne bovina para os EUA, o que significa que cerca de 71% desse volume foi sujeito à tarifa de 26,4%. 

Retornando ao início de sua trajetória presidencial, é importante lembrar que, durante seu primeiro mandato, Trump adotou uma postura protecionista semelhante, impondo tarifas que desencadearam uma guerra comercial com a China. Naquela ocasião, o Brasil também se beneficiou temporariamente com o aumento das exportações para o mercado chinês. Contudo, a instabilidade gerada por essas disputas comerciais evidenciou a necessidade de diversificação dos parceiros comerciais brasileiros, visando reduzir riscos associados à dependência de um único mercado.

As recentes decisões de Trump reforçam a urgência de o Brasil adotar uma estratégia comercial mais abrangente, buscando novos mercados e fortalecendo relações comerciais com diferentes nações. Para Mato Grosso, estado líder na produção agrícola, isso significa investir em inovação, sustentabilidade e na ampliação de sua presença em mercados internacionais diversos. Somente assim será possível assegurar a resiliência do agronegócio local diante das constantes mudanças no cenário geopolítico e econômico global.

(*) LUIZ HUGO QUEIROZ é jornalista, especialista em marketing e gestão de negócios, com interesse em economia, geopolítica e agronegócio.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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