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Artigos Quarta-feira, 05 de Fevereiro de 2025, 15:10 - A | A

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Quarta-feira, 05 de Fevereiro de 2025, 15h:10 - A | A

VANESSA MARQUES

Neopopulismo digital

Big techs escancaram apoio à direita conservadora na América

VANESSA MARQUES

 

Ao que tudo indica o alinhamento das grandes corporações de tecnologia com a direita conservadora é fato consumado. A especulação sobre uma possível aliança fica quase que irrefutável diante da presença de Mark Zuckerberg (Meta), Jeff Bezos (Amazon), Elon Musk (X) e Tim Cook (Apple) na posse de Donald Trump. A participação desses executivos na solenidade não é meramente simbólica; ela reflete um alinhamento de interesses entre a política conservadora de direita e as estratégias empresariais das big techs, principalmente no setor da comunicação. E, talvez, seja esse um dos pontos de atenção na nova gestão de Trump.

Atualmente, as relações humanas e comerciais são mediadas por plataformas que coletam e fazem a gestão dos dados pessoais, informações essenciais para o controle dos discursos, sobretudo no campo político. Essas plataformas oferecem mais do que simples meios de comunicação, de interação social ou entretenimento, são as responsáveis pela distribuição de informações que influenciam na formação da opinião pública. Narrativas que podem contribuir diretamente para escolha do cidadão, do eleitor.

A comunicação política digital é, hoje, uma ferramenta relevante, podendo ser até decisiva, no processo de relacionamento do político com seu público-alvo. Prova disso é a ascensão de figuras conservadoras como Jair Bolsonaro, Javier Milei e Donald Trump, entre outros. Trajetórias políticas marcadas pelo uso massivo e estratégico das redes sociais, sempre tendo como marca o uso da emoção e da polarização como forma de construção da marca política.

É inegável o “talento” dessas figuras políticas para produzir conteúdos recheados de frases de efeito, imagens impactantes e vídeos virais que dominam as redes e geram ondas “quase” incontroláveis de debates pautando a mídia, o governo, a justiça, o legislativo e o país. Possuem o poder de fazer com que mensagens, nem sempre verdadeiras, atraiam a atenção da opinião pública e se disseminem com pouco ou nenhum controle. Um ambiente, mais que perfeito, para proliferação de desinformação e fake news, contribuindo para polarização e radicalização do discurso.

O fato é que a direita se especializou na narrativa neopopulista, recheada de elementos de espetacularização. Estabeleceu-se um padrão de conteúdos de fácil consumo, que cria uma falsa sensação de que o cidadão está bem informado dos acontecimentos, um equívoco perigoso que aumenta ainda mais a desinformação.

Assim, ao transformar a política em um show, a direita conservadora consegue atrair e reter atenção do cidadão, criando bases sólidas de apoio que se tornam multiplicadores assíduos dessas mensagens sem filtros ou questionamentos, gerando as “bolhas” informativas. Esse cenário impede que o público interaja com conteúdos que confrontam com sua predisposição ou crença já existente. Mantendo uma visão simplista de temas complexos. Gerando ainda fenômenos que impactam a história, políticas públicas e decisões importantes como, por exemplo, o caso Brexit (2020) e o PIX (2025), na Inglaterra e no Brasil, respectivamente. Por isso, a fotografia dessa turma na posse de Trump é tão relevante e preocupante. Será que os sistemas democráticos resistiram ao cenário de terra sem lei nas redes sociais?

(*) VANESSA MARQUES é jornalista e atua há 20 anos na comunicação política. É mestre pela Universidade Politécnica de Valência na Espanha, e cursa o seu segundo mestrado onde pesquisa a espetacularização na política, o neopopulismo e a plataformização do discurso da nova direita conservadora na América. Atualmente, também integra o grupo de pesquisa na UNB sobre eleições e democracia.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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