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Economia Quinta-feira, 13 de Março de 2025, 17:00 - A | A

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Quinta-feira, 13 de Março de 2025, 17h:00 - A | A

Dólar fecha em leve queda, a R$ 5,8002, com eventual fluxo e valorização de divisas emergentes

CONTEÚDO ESTADÃO
da Redação

O dólar passou a tarde em ligeira baixa no mercado local e encerrou a sessão desta quinta-feira, 13, em queda de 0,15%, cotado a R$ 5,8002, após correr entre mínima a R$ 5,7917 e máxima a R$ 5,8358. Operadores atribuíram a leve apreciação do real a uma eventual entrada de recursos estrangeiros para renda fixa e ações domésticas, além da valorização de outras divisas emergentes.

No início do pregão, a moeda chegou a ensaiar um movimento de alta, em sintonia com o comportamento do dólar no exterior, após o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçar a União Europeia com tarifas de 200% para bebidas alcoólicas.

A virada para o campo negativo ocorreu no fim da manhã e se sustentou praticamente ao longo de toda a tarde, período em que o Ibovespa renovou máximas, acima dos 125.600 pontos.

O Tesouro Nacional vendeu nesta quinta oferta integral de LTN, com volume de R$ 18,065 bilhões. Também foi colocado lote integral de 6 milhões de NTN-F (R$ 4,863 bilhões), papel preferido pelo investidor estrangeiro.

"O fluxo cambial está bem negativo no ano, mas é provável que haja entrada hoje de gringo tanto no leilão do Tesouro quanto na B3, o que segurou o dólar perto de R$ 5,80", afirma o superintendente da mesa de derivativos do BS2, Ricardo Chiumento. "Há também uma visão de que vai sobrar espaço para produtos brasileiros em mercados como a China no meio dessa guerra comercial, o que tem ajudado o real."

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY subia cerca de 0,20% no fim da tarde, ao redor dos 103,800 pontos, após máxima aos 104,080 pontos. A moeda norte-americana perdeu força na comparação com pares do real, como os pesos chileno e mexicano, além do rand sul-africano.

Operadores afirmam que a taxa de câmbio pode ter encontrado um ponto de acomodação ao redor de R$ 5,80, com investidores ainda ponderando os riscos de recessão nos EUA por conta do vaivém da imposição de tarifas por Donald Trump.

Divulgado pela manhã, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) veio estável em fevereiro, abaixo da previsão de analistas (0,3%). Já o núcleo do PPI caiu 0,1%, na contramão das expectativas (0,3%). Na quarta, leitura de inflação ao consumidor em fevereiro também veio abaixo das estimativas.

Chiumento, do BS2, afirma que, além das incertezas no ambiente externo, a falta de apetite dos investidores por apostas mais contundentes reflete a cautela com o quadro fiscal doméstico, diante da expectativa pela votação do orçamento de 2025 na próxima semana.

Na quarta, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) informou em primeira mão os rearranjos no orçamento propostos pelo governo Lula, que trazem corte de R$ 7,7 bilhões no Bolsa Família e de R$ 7 bilhões em ações do Ministério da Educação. De outro lado, há acréscimo de R$ 3 bilhões no Auxílio Gás e de cerca de US$ 7,8 bilhões em benefícios previdenciários.

O Citi afirma que o governo "está lutando" para enquadrar no arcabouço fiscal todas as políticas sociais que foram adotadas nos últimos anos, reiterando a promessa de cumprir a meta de resultado primário zero neste ano, com margem de tolerância de 25 pontos-base para cima ou para abaixo, seguida de superávit de 0,25% do PIB em 2026.

A recém-empossada ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse nesta quinta que o Bolsa Família não passará por cortes, mas por um "ajuste" que abrirá espaço fiscal para outros programas sociais. Após sua primeira reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Gleisi informou que a proposta de ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais será apresentada na próxima semana.

"A promessa do governo de que a meta fiscal será mantida poderia abrir espaço para o dólar cair para perto de R$ 5,75, mas vemos uma certa desconfiança de que não haverá disposição para novos cortes de gastos ao longo do ano", afirma Chiumento, que vê um piso muito forte para a taxa de câmbio em R$ 5,70.

(Com Agência Estado)

 

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