O clínico-geral Marcelo Sandrin questiona a eficácia da vacinação contra a dengue nos moldes adotados pelo Ministério da Saúde. Crítico à estratégia que prioriza crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em regiões de alta incidência do vírus, ele defende a inclusão de idosos no programa de imunização.
O médico destacou que, assim como ocorreu com a covid-19, a gravidade da dengue foi subestimada nos primeiros surtos. Segundo ele, a falta de controle sobre a proliferação do vírus levou a um estado endêmico, resultando na explosão de casos.
"O cenário é bastante horrível. O controle da epidemia foi perdido. Temos agora o advento de uma vacina que não fará grande efeito, vacina é preventivo. A sociedade fala quando vem a crise", disse o médico ao HNT TV desta sexta-feira (7).
Sandrin afirmou que não vê "com bons olhos" a barreira à vacina colocada pelo Ministério da Saúde ao público a partir dos 60 anos. Ele pontuou que essa população está no grupo de risco e destacou: "uma hemorragia a qualquer pessoa idosa é um caso à parte".
DENGUE FOI TRATADA COMO "GRIPEZINHA"
Segundo Sandrin, a falta de conhecimento sobre os impactos da dengue no organismo foi um dos fatores que levaram ao cenário atual. Inicialmente subestimada como uma "gripezinha", a doença só recebeu a devida atenção após as primeiras mortes por hemorragia em seu estágio mais grave.
"A dengue foi tratada como se fosse mais uma virose até as pessoas morrerem de sangramento. Nós saímos de uma doença que era doença viral, inflamatória, iria causar uma série de problemas, alguns problemas gastrointestinais para chegar de uma hora para outra e morrer sangrando", falou.
O médico ressalta que a dengue trouxe um importante aprendizado, pois seus sintomas iniciais se assemelham a uma síndrome gripal, enfraquecendo o paciente. No entanto, a doença compromete o sistema circulatório, causando perda de sangue. Ele destaca que o tratamento mais eficaz é a vigilância constante dos níveis de plaquetas.
"O acompanhamento tem que ser diário praticamente, verificar as plaquetas da pessoa se baixaram mais do que um nível de segurança ,porque se começar a sangrar, a coisa fica feia", reforçou.
ESCALA DOS CASOS EM MATO GROSSO
O Painel de Monitoramento das Arbovires do governo federal aponta que Mato Grosso 9.653 casos prováveis de dengue e quatro óbitos em investigação. Cuiabá registra 700 casos e um óbito.
Os números da chikungunya são maiores. Os casos prováveis no estado somam 22.131. O número de mortes confirmadas é de 19 e outras seis estão sob investigação. Em Cuiabá, são 899 casos e um óbito.
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