A recente trégua entre as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) foi precipitada por uma falha de comunicação codificada entre os líderes das organizações e seus advogados. É o que aponta um levantamento exclusivo obtido pela colunista Mirelle Pinheiro, do Metrópoles.
O incidente envolveu diretamente Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, um dos líderes do CV. Fontes próximas às investigações indicam que, durante as tentativas de negociação para cessar a rivalidade histórica entre as facções, mensagens codificadas foram trocadas entre os líderes detidos em presídios federais e seus representantes legais. Leia também Relatório de inteligência aponta trégua do PCC e CV em 6 estados.
Devido a uma interpretação equivocada de uma dessas mensagens, informações cruciais foram distorcidas, levando a uma compreensão errônea das intenções de ambas as partes.
Esse mal-entendido gerou uma série de ações que culminaram na declaração de trégua entre o PCC e o CV, mesmo antes que todos os detalhes da negociação fossem plenamente discutidos e acordados pelos líderes das facções.
A investigação destaca que os advogados, responsáveis por transmitir as mensagens entre os líderes encarcerados, desempenharam um papel crucial nesse desencontro comunicacional.
A utilização de códigos complexos e a necessidade de discrição extrema contribuíram para a confusão que acelerou a formalização da trégua.
A trégua tinha como objetivos principais:
• Fortalecer a presença das facções nos presídios federais: unindo forças para pressionar por condições mais favoráveis, como a retomada de visitas íntimas e a flexibilização das restrições impostas pelo sistema penitenciário federal.
• Coordenar operações no tráfico de drogas: compartilhando rotas e recursos para expandir o alcance e a eficiência das atividades criminosas.
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