A juíza Selma Arruda, titular da Sétima Vara Criminal, considera “descabida” a denúncia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB MT) de que houve irregularidades nas interceptações telefônicas usadas na Operação Ouro de Tolo, que resultou na prisão da ex-primeira damas Roseli Barbosa.
Algumas interceptações foram autorizadas pela magistrada, que conduziu os processos da operação, e a OAB levanta a suspeita de que houve irregularidades no procedimento adotado.
“Essa suspeita da OAB é totalmente descabida. O que ocorreu, na ocasião, foi que o Gaeco me solicitou a interceptação de terminais telefônicos que apontou como de uso de Roseli Barbosa, que era alvo dessa investigação. Foram indicados quatro ou cinco números e eu deferi”, explica a juíza.
Selma Arruda esclarece ainda que alguns dos números foram úteis a investigação e outros não. Porém, um dos telefones grampeados era usado pelo marido da investigada, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
“É esse número que tem causado estranheza da OAB e que resolveu apelidar de barriga de aluguel”, explica.
A titular da Sétima Vara destaca que é comum na área criminal que sejam solicitados escutas em mais de um telefone de cada alvo investigado. “ Quem está cometendo algum delito dificilmente usa o próprio telefone quando quer falar de coisas que não quer que sejam descobertas. Isso não é nenhuma novidade”, salienta. Além disso, a juíza pontua que, hoje, muitos celulares têm até quatro chips o que justifica o pedido de escutas para vários números.
Indagada se poderia ter sido induzida a erro, a juíza é enfática em dizer que não acredita na possibilidade e que confia no trabalho desenvolvido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Operação Ouro de Tolo
A Operação é a segunda fase da Arqueiro e é resultado de investigações complementares sobre os crimes cometidos na Secretaria Estadual de Trabalho e Assistência Social (Setas) durante a gestão de Roseli Barbosa. De acordo com as investigações, cerca de R$ 8 milhões podem ter sido pagos ao empresário Paulo César Lemes, dono da Microlins, através de dois institutos: Instituto de Desenvolvimento Humano (IDH) e Concluir, que ofereciam cursos de qualificação em parceria com a Setas, a época comandada pela primeira-dama Roseli Barbosa
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