Empresário Alan Malouf é ouvido sobre recebimento de dinheiro de desapropriação

A juíza Selma Arruda, da Sétima Vara Criminal, ouve nesta sexta-feira (21) o empresário Alan Malouf e Silvio Correa, ex-assessor do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). As oitivas são relacionadas às investigações da desapropriação do imóvel chamado Jardim Liberdade, alvo da Operação Sodoma 4.

Alan Cosme/HiperNotícias

 

A denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) acusa o ex-governador de ter desviado R$ 15 milhões com a desocupação. Em oitiva, o ex-governador afirmou que autorizou a desapropriação para levantar recursos para pagar dívida com o empresário Valdir Piran.

Silvio é acusado de ser  “ os olhos” do então governador e agir em prol de seus interesses. Já o empresário Alan Malouf teria recebido R$ 2,1 milhões da desapropriação e “lavado” para os ex-secretários Pedro Nadaf e Arnaldo Alves. 

Atualizada às 15h - Questionado pela juíza, o réu responde que "Não sabia do esquema.  Recebi o dinheiro sobre uma serviço prestado ".

Atualizada às 15h01 - Ele fala que foi contratado por Eder Moraes para realizar a festa de posse para mil pessoas que custaria ao Estado cerca de R $ 300 mil. Porém quatro mil pessoas foram a festa gerando um excedente de 900 mil. Relata que esse dinheiro não foi pago por Eder. Sendo recebido so só em 2014. "Eu suspeitava que o dinheiro era ilícito.  Mas ou era assim ou eu  não recebia. Eu optei por receber e agora estou aqui", afirma o empresários . Do total do dinheiro recebido Alan confirma que R $ 200 mil vieram da desapropriação e foram pagos por Pedro Nadaf.

Atualizada às 15h03 - Malouf diz que não sabe nada sobre o processo de desapropriação.

Atualizada às 15h04 - A promotora de Justiça  Ana Bardusco interroga o réu sobre a suspeita de que o valor recebido era ilícito.

Atualizada às 15h05- "Quando eu recebi eu não sabia, mas meses depois suspeite da origem", respondeu Alan Malouf. O valor foi recebido em vários cheques.

Atualizada às 15h06 - Malouf diz que um funcionário do gabinete de Pedro Nadaf (ex-secretário da Casa Civil) levou os cheques até sua empresa o envelope com seis a oito cheques somando cerca de R $ 500 mil. Diz que eram de vários emitentes diferentes, mas não cita nomes. A segunda parte do valor foi paga no mes de setembro de 2014. "Acredito que eu recebi só por causa de Nadaf que eu tenho amizade. Se passasse de 2014 para outro governo tenho certeza que nao receberia"

Atualiza às 15h08 - Ele conta que pegou dinheiro emprestado com Arnaldo Alves no valor de R $ 300 mil, a juros de 1% ao mês. Nadaf também emprestou dinheiro a Malouf. "Eu estava em um momento difícil e sem crédito no banco. Então eu peguei o dinheiro deles". Malouf fala que não pagou os empréstimos.

Atualizada às 15h10 - Alan conta que declarou imposto de renda sobre o dinheiro recebido.

Atualizada às 15h25 - Malouf titubeia ao esclarecer origem do dinheiro e porque suspeitava que não era lícito e a juíza comenta que ele "Não está merecendo o benefício da confissão".

Jessica Bachega/HiperNoticias

 

Atualizada às 15h26 - O empresário relata que sua empresa organizava capacitações em eventos promovidos por grupos de empresários e que Nadaf foi contratado para dar consultoria para o evento, mas que ele teria que ministrar duas palestras. No entanto ele não compareceu aos eventos e não foi pago.  Mas as notas foram emitidas e não canceladas.  A promotora insiste em esclarecimento quanto as notas e Malouf se desvencilha da pergunta. Diz que não vai responder neste momento.

Atualizada às 15h27 - Ele se recusa a responder algumas perguntas seguintes feitas pela promotora.

Atualizada às 15h28 - Os advogados dos demais réus não fazem questionamentos para Alan Malouf.

Atualizada às 15h29 - O Silvio Correa vai começar agora. Ele está na condição de réu confesso. Silvio afirma que a denúncia é em partes verdadeiras.

Atualizada às 15h33 - Ele diz que não ameaçou Pedro Nadaf, mas confirmou que comentou que " delator tem que morrer". "O que não quero para mim eu nao faria para  outra pessoa", disse à Justiça.

Atualizada às 15h34 - O réu confesso admite que encaminhou o processo da desapropriação da área do Jardim Liberdade para Silval Silva, a pedido de Chico Lima. "Eu não sabia, na hora, que haveria retorno. Mas depois eu soube". Indagado sobre o valor que recebeu do ato ilícito, Silvio disse que não recebeu " nem um real". Na época ele tinha um salário de R $ 15 mil como chefe de gabinete.

Atualizada às 15h35 - Ele afirma que não sabe do processo de desapropriação. Apenas que Nadaf intermediou a negociata. Afirma também que o que sabe sobre a ação foi pela imprensa. 

Jessica Bachega/HiperNoticias

 

Atualizada às 15h37 - Conta que sabe que o dinheiro desviado foi para pagar dívida com Valdir Piran. E que Chico Lima, Nadaf, Cursi e Arnaldo Alves teriam recebido valores do processo . "Fiquei sabendo do retorno depois, mas também não fiz nada".

Atualizada às 15h40 - A promotora Ana Bardusco questiona Silvio sobre o Condes e se ele autorizou a desapropriação. " Eu não lembro mas devo ter assinado. Pedidos do interesse do ex-governador eram tratados  com mais atenção ", afirma Silvio.

Atualizada às 15h41 - "Acho que o que foi feito nesta foi a mesma coisa que foi feita na Seven" compara.

Atualizada às 15h42 - Silvio conta que não sabe ao certo desde quando vem a dívida de Silval com Piran,  Mas acredita que tenha isso contraída em 2010.

Atualizada às 15h43 - Indagado sobre sua relação com Nadaf, Silvio define como "tumultuada" ambos "brigavam" por espaço no Estado . " Ele chegou na Casa Civil querendo mandar no gabinete do governador".

Atualizada às 15h46 - O advogado de Valdir Piran questiona o réu sobre o período em que soube da dívida de Silval com Piran.  Ele afirma que foi depois de 2011, mas não especifica a data. E diz que Nadaf que cuidava da contas.

Atualizada às 15h47 - O defensornde Marcel de Cursi questiona se sabe se algo que desabone seu cliente e o réu responde negativamente.

Atualizada às 15h48 - "Marcel era muito criticado porque ele sempre falava que  ao tinha recurso para nada", afirma.  Indagado se Cursi fez parte de grupo criminoso , Silvio diz que  ao quer responder. "Estou aqui para assumir meus atos e não quero incriminar ninguém".

Atualizada às 15h49 - Termina a audiência. 

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