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Colunistas Sexta-feira, 07 de Abril de 2017, 14:11 - A | A

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Sexta-feira, 07 de Abril de 2017, 14h:11 - A | A

Vivo de amores!!

CLAUDIA CADORE

 

claudia cadore

 

Parafraseando Belchior, eu me lembro muito bem do dia em que cheguei. Era um longínquo 23 de agosto, numa dessas tardes ensolaradas. Mas, a fumaça era tanta que Cuiabá estava opaca, tão opaca quanto estava minha alma naquele dia. E, talvez, por sentir essa semelhança, esse desalento, a cidade, calorosa, me abraçou, me ajudou a atravessar a rua e seguir...

 

E, desde então, eu e minha Cuiabá andamos juntas: um dia brilhamos, no outro estamos opacas e, ainda, em outros, choramos. Eu a amo como amo a cidade onde nasci, com aquele sentimento de pertencer. Já, ela me retribui com sua generosidade infinita. Me deu família, ofício, me dá amigos, colegas, pessoas a quem eu possa amar. Cuiabá é assim: é mãe, te acolhe, te permite, te oportuniza. Aqui você pode sonhar, realizar, continuar, desistir e recomeçar.  Quem vive aqui, tudo pode... desde que tenha a coragem de ousar. Não há o que não se faça por aqui. A cidade oferece possibilidades múltiplas para estudar, trabalhar, empreender, se divertir ou até, para nada fazer.

 

E o povo? Ah, o povo é o que minha cidade tem de melhor. Os daqui e os que vieram de lá para cá. É um povo multi, pluri, variado, de todas as cores, de costumes variados, de todo lugar com jeitinho de falar diferente e encantador. É gente alegre, motivada, gente com perspectiva, com norte. Como são monótonos aqueles lugares uniformes, de pessoas iguais.  E, essa mistura de tipos que faz a cidade ser é, com uma aura de positividade, de otimismo, com vontade de seguir em frente. Não há como não ser feliz aqui... 

 

Recentemente, homens cruéis, irresponsáveis e gananciosos dilaceraram minha cidade e, em nome de um pretenso progresso rápido, a rasgaram de um lado a outro. As cicatrizes dessas ações impensadas estão aí, visíveis, hostis, e fazem o povo e a cidade sofrerem, seja com o caos diário no trânsito ou com alagamentos inimagináveis ao menor sinal de chuva. Esses homens, por se considerarem talvez um pouco “Midas” ou quem sabe, por interesses escusos, não entenderam que não se faz progresso assim, a toque de caixa. Ele é resultado de planejamento, de políticas públicas continuadas e, acima de tudo, do compromisso dos governantes com a cidade e os que nela vivem. 

 

Neste 8 de abril, minha Cuiabá chega aos 298 anos. É uma senhora jovial, elegante, moderna e, por que não, cosmopolita. Apesar das feridas que sangram sem cessar, principalmente nas áreas mais sensíveis, como a saúde pública e o transporte urbano, a cidade resiste bravamente e segue altiva rumo ao futuro, rumo aos seus 300 anos. 

 

O que eu espero da Cuiabá dos 300 anos? Minha esperança é que, ao chegar ao tricentenário dessa cidade amada, a realidade seja diversa. Que o sonhado pronto socorro  municipal esteja em pleno funcionamento, acalentando as dores dos que mais sofrem; que o VLT deixe de ser uma piada e se torne de fato, realidade e, principalmente, que os homens públicos, aqueles escolhidos por nós para cuidar de nós, possam olhar e acolher o povo com a mesma  bondade  que Cuiabá nos acolhe. Espero que minha cidade brilhe, que as feridas se curem e as cicatrizes desapareçam...

 

Parabéns, cidade que amo, obrigada por tudo e que possamos estar juntas quando os 300 anos chegarem!

 

Claudia Cadore é jornalista e cuiabana de coração.

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