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Colunistas Terça-feira, 02 de Maio de 2017, 09:57 - A | A

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Terça-feira, 02 de Maio de 2017, 09h:57 - A | A

26 e contando...

TAYNARA POUSO

 

Edson Rodrigues

Taynara Pouso

 

Sandy, chegando aos 30, cantou: “velha pra ser jovem e jovem pra ser velha”. E eu, que ainda me lembro da Maria Chiquinha, me identifiquei.

É, ainda lembro do ensino médio. Passou. Coloquei aparelho, tirei aparelho. Conheci pessoas. Me apaixonei. Me apaixonei de novo. Voltei a me apaixonar. Me envolvi com gente errada? Sim. E me envolvi com gente muito certa. Bebi. Vomitei. Viajei. Badalei. Corri pelo corredor de um hotel e fiz meu, até então, amigo correr atrás de mim com um engov. Entrei, aos 17 anos, na faculdade sendo chamada de bebê da turma. Errei. Não me acostumei. Fiquei deprê (mesmo). Sai, bati porta, bati pé, até convencer Dimas (meu pai) que não era o que eu queria. Tínhamos planos, né, paizinho? Mas eu queria voar um tiquinho mais alto.

Meu tio confiou em mim. Minha mãe me ajudou. Minha avó me abrigou. Minha irmã me estimulou. Mudei. Fiz cursinho. Entrei na tão sonhada universidade que queria. Agora era uma das mais velhas. Estudei. Matei aula (sim). Fui para o bar às 9 da manhã. Escrevi artigos, escrevi trabalhos. Entrei na luta dos movimentos estudantis. Sofri. Cuspimos na cara de deputado. Enfrentamos a polícia pelos nossos direitos. Ganhei amigos verdadeiros. E também perdi um irmão - amigo - que virou anjo. Então aprendi, num estágio voluntário (na AACC MT) com as crianças, que a dor não pode apagar um sorriso.

Fiz meu TCC. Aprendi ainda mais. Me conheci, me reconheci. E quem imaginaria que um TCC teria o poder de mudar a vida? Recomecei, terminei um namoro. E foi no meio de tantos acontecimentos que percebi e encontrei (ali pertinho de mim, no meu melhor amigo) o amor. Brigamos, brigamos de novo, até entender o que era esse sentimento. Dançamos juntinhos na formatura e nunca mais desgrudamos. Viajamos juntos, shows, festas, netflix. Ah, netflix! Vimos muitas séries juntos hein, amor? E vários filmes, nossos filmes.

Publicitária, formada, faz o quê? Não sabia. Fui parar em agência, na CRIAÇÃO. (Cê acredita Kevinho?) Mulher na CRIAÇÃO? Mesmo achando que não daria conta, consegui. Penei, suei, chorei. Provei pra mim que podia. Hoje sou redatora memo. Fiz novos grandes amigos. E ouvi deles grandes conselhos que me fizeram enxergar a beleza do sossego, do caminhar devagar.

Vou enfrentando a ansiedade e a inquietação de todos os dias - enquanto escrevo, as contas tão chegando pra eu pagar. Mas se me apavoro, corro para as minhas irmãs MAIS novas. Quem foi que disse que idade diz tudo? Sabedoria está em reconhecer-se no outro, na empatia, na solidariedade.

Cheguei aqui, ao hoje, aos 26.

Não tenho casa própria (AINDA). Não estudei fora do país (AINDA). Não casei (AINDA). Não tenho filhos (Fica aí o questionamento).

Minha mãe na minha idade “tava” partindo para o segundo? Uhum, já tinha casado e tinha sua própria casa. Tinha outras responsabilidades. Guerreira? Pra c a r a m b a. Admiro? Demais.

Levo dela a garra pra vencer e um amor incondicional. Mas a verdade é que os tempos mudaram mesmo. Elis (Regina) que me perdoe - ou talvez ela até se orgulhe disso (hahaha) - mas eu não vivo como meus pais.

A velhice é relativa, o mundo é pequeno, as informações borbulham, a internet chegou. A expectativa de vida aumentou. Os planos e sonhos aumentaram. Ainda há tanto pra explorar. Pra viver.

E por falar em viver, eu vivi. Pode ser que não o que todo mundo esperava, mas e daí? Tô olhando pra esse texto e pensando: caraca, tô vivendo e muito. A todo vapor. Tô encarando meus problemas, me descobrindo (AINDA). Tô assistindo animação e ao mesmo tempo planejando viagens, e querendo ficar adulta. E tô caindo e levantando todo dia.

Então, eu convido você a viver também, viver os 10, os 20, os 30, os 40, os 50, os 60... ao infinito e além.

Em meio a tantas dimensões inexploradas, nos equívocos e nos acertos, o universo se expande. Evolui.

E com ele nós vamos.

Celebremos e façamos do tempo um amigo de aventuras.

A criança que fui teria orgulho da mulher que sou, a adolescente que fui teria uma certa invejinha, e a mulher que serei vai ser uma mistura insana e MARAVILHOSA de todas elas.



Taynara Pouso de RG, publicitária de formação, cacerense de nascimento, cuiabana de coração. 26 anos, faz textão, é de movimento, é de ação.

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Adelk Dantas 02/05/2017

Lucidez ímpar, minha amiga! Parabéns pelo texto!

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