O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, avaliou no HNT TV que o "tarifaço" promovido pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, abre oportunidades para intensificar os negócios do Brasil com a China. Porém, aproveitar essa "janela" depende da interlocução do presidente Lula (PT) com as lideranças do país asiático. Lucas ressaltou que o momento econômico do Brasil não é positivo, considerando a escalada da inflação que forçou o governo federal a zerar impostos de 10 alimentos.
Além disso, o presidente da Aprosoja destacou "fatores internos" como agravantes nesse diálogo. Um deles é a falta de confiança do agro brasileiro no ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), que criou um "muro" com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Congresso, grupo de trabalho em Brasília que representa os empresários do setor.
"Eu acho que ainda fatores internos do nosso governo podem afetar mais, porque os EUA é um importador de carne brasileira, às vezes, até soja e milho importa. Porém, nós temos a China que também vem crescendo nos últimos anos. Inclusive, quem abriu o mercado de carne bovina para a China foi a ex-ministra Teresa. Hoje, eles importam muita carne bovina, suína, carne de frango. Colocando restrições para nós e para a China, abre a possibilidade da China comprar mais para o Brasil. Então, pode se transformar em oportunidade. Mas para isso nós precisamos de um governo que tenha essa visão de desenvolvimento", falou Lucas Costa Beber.
O presidente da Aprosoja MT também rechaçou os prejuízos aos produtores causados pela falta de investimentos no setor de ferrovias. Lucas citou a Alemanha e França como exemplos. Juntos os países têm 30 mil quilômetros de transporte sobre trilhos enquanto Mato Grosso caminha a passos lentos para chegar a 700 quilômetros.
"Nós não vemos uma ação contundente do governo para concluir a ferrovia, para de fato se leiloar, conceder e realizar a construção da Ferrogrão, que seria o grande balizador de fretes para o estado do Mato Grosso e faria maior exportação de alimentos. Mas, por outro lado, nós zeramos tarifas para importar milho dos Estados Unidos, que lá eles recebem subsídios.Tem uma malha ferroviária imensamente maior que a do Brasil. É um exemplo para vocês entenderem o que é ferrovia", observou.
A Ferrogrão está parada na Justiça devido o seu trajeto passar por terras indígenas, uma das bandeiras do governo Lula. A via é aguardada com expectativa por favorecer o escoamento da produção agrícola, barateando o frete, encurtando o tempo das entregas e diminuindo o número de acidentes nas rodovias. Costa Beber reiterou que para a ferrovia sair do papel é preciso interesse do presidente.
"Se o Executivo tem vontade, as coisas andam mais rápido", concluiu.
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