Em entrevista exclusiva ao HNT TV, o secretário de Estado de Fazenda (Sefaz-MT), Rogério Gallo, atribuiu as "traquinagens" administrativas assinaladas pelo ex-governador Silval Barbosa como os motivos para o fracasso econômico do gestão Pedro Taques. Segundo Gallo, Silval autorizou que não fossem cobrados impostos de setores específicos em troca de "privilégios".
O secretário pontuou que as decisões de Silval compõem os mais de 90 capítulos do processo de delação em que o ex-governador admitiu ter se apropriado de 1 bilhão dos cofres públicos.
"Silval detalhou bem as traquinagens que aconteceram relacionadas aos benefícios fiscais", acentuou o secretário.
Silval detalhou bem as traquinagens que aconteceram relacionadas aos benefícios fiscais
Rogério Gallo está secretário há 7 anos, sendo o agente político mais longevo no alto escalão do governo. O secretário foi nomeado no último ano do mandato de Taques, sendo o quarto daquela gestão. "Alguma coisa não estava tão bem", ironizou Rogério Gallo que coordenou, ao lado do governador Mauro Mendes (UB), o processo de recuperação das contas do Executivo.
O secretário da Fazenda reforçou que Mauro recebeu uma "herança muito ruim", com o estado no vermelho, mas conseguiu dobrar a receita do Paiaguás, estimada em R$ 24 bilhões. "Se tivesse sido feita uma análise mais contundente do ponto de vista da receita pública, o que a gente fez em 2019 poderia ter sido feito em outro período. Tomamos medidas que eram conhecidas",
Gallo explicou ao diretor de Jornalismo do Hipernotícias, Kleber Lima, que Silval beneficiou setores estratégicos para a arrecadação do Estado com incentivos fiscais, derrubando a arrecadação, e, além disso, articulou com deputados estaduais da base a aprovação do aumento salarial em escala do salário de servidores. No entanto, a gestão de Silval Barbosa não foi penalizada pelas medidas, uma que vez foram validadas pelo plenário da Assembleia Legislativa (ALMT) no ano das eleições e os aumentos só passariam a constar nos holerites após Pedro Taques assumir o governo.
ESTADO SUCATEADO
Rogério Gallo ressaltou que o aumento salarial proposto por Silval foi gradativo e, ao fim de 10 anos, algumas categorias receberiam duas vezes mais. O secretário afirmou que esses aumentos acabaram comprometendo as contas a medida que não havia orçamento para investir, por exemplo, em educação.
Os benefícios fiscais estavam muito concentrados em setores específicos e tínhamos a popoulação pagando impostos em favor de alguns privilégios
"Eram categorias muito relevantes que, em dez anos, teriam o dobro do salário, quase R$ 340 mil, isso impacta nos aposentados. Em 2018 estava consumindo 95% dos recursos da educação. Não sobrava dinheiro para gestão das unidades. É a época das escolas de lata ... não tinha dinheiro, não tinha condições fiscais, materiais, recursos para que houvesse a continuidade das obras para tirar as crianças das escolas de lata", contou Gallo.
MENDES ENCAMPA REFORMA ECÔMICA
O secretário da Fazenda alimenta a fama de "conservador" e não esconde a ponderação quanto a peça orçamentária. O perfil gerou identificação com Mendes que encampou uma reforma econômica no Estado. "Cortar na carne" se tornou uma cultura da gestão. Sem colocar a lupa nos proprietários de CNPJs, Mauro suspendeu os incentivos fiscais autorizados por Silval e passou a tributar os setores. A medida resultado em uma contrapartida aos contribuintes que, durante o período da recessão após a pandemia da covid-19, permitiu que o governador diminuísse a cobrança de ICMS.
"Cortar na carne" se tornou uma cultura da gestão
"Foi feita uma grande revisão e partir de 2020 e começamos a colher os frutos. Os benefícios fiscais estavam muito concentrados em setores específicos e tínhamos a poulação pagando impostos em favor de alguns privilégios. Reduzimos o ICMS da energia para 17%, da comunicação de 30% para 17%. É um trabalho que conseguimos fazer a medida que endereçamos as medidas corretas com o apoio da Assembleia Legislativa", discorreu Gallo.
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