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Política Sábado, 08 de Março de 2025, 13:56 - A | A

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Sábado, 08 de Março de 2025, 13h:56 - A | A

ZEROU IMPOSTOS

Gisela Simona avalia que medida de Lula para baratear alimentos é "ineficaz"

A deputada federal criticou a falta de diálogo com o Congresso e pontuou que o corte dos tributos não repercutirá os efeitos desejados a longo prazo

CAMILA RIBEIRO
Da Redação

A deputada federal Gisela Simona (União Brasil) avalia que as medidas anunciadas pelo governo federal para baratear os preços dos alimentos são ineficazes e não irão repercutir o efeito desejado a longo prazo, isto é, não vão interferir na inflação. O presidente Lula (PT) autorizou o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro (PSD), a zerar os impostos do azeite, milho, óleo de girassol, sardinha, biscoitos, macarrão, café, carnes e açúcar. 

O anúncio em caráter emergencial se dá semanas após a suspensão do Plano Safra, responsável por ruídos da relação da União com o agronegócio.

De acordo com Simona, o governo Lula não dialoga com o Congresso ao tomar decisões que movimentam o país. A crítica, segundo a deputada, não é só por evitar a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) da qual ela é membro, mas por não demonstrar o interesse em discutir com os setores, chegando a um senso comum que atenda as demandas dos produtores e governo. 

LEIA MAIS: Aumentar oferta do milho é saída pra baratear preço do ovo, indica presidente da Aprosoja-MT

"Em um primeiro momento, entendo como ineficaz as medidas anunciadas pelo governo porque estamos falando da redução e vou resgatar a confusão do Plano Safra que tivemos a pouco tempo e impacta no preço dos alimentos em nosso país. Vejo que seria possível fazer uma discussão com o próprio setor do agro para se tomar uma medida mais eficaz. Pode até trazer (resultado) de curto prazo, mas de médio e longo, não acredito que a gente consiga resolver esse problema que está doendo tanto no bolso do brasileiro que é a inflação e o aumento do preço dos alimentos", falou Gisela Simona à Rádio Cultura nesta sexta-feira (7). 

Pode até trazer (resultado) de curto prazo, mas de médio e longo, não acredito que a gente consiga resolver esse problema que está doendo tanto no bolso do brasileiro

VEJA LISTA DE ALIMENTOS ZERADOS

- Azeite: (hoje, 9%)
- Milho: (hoje, 7,2%)
- Óleo de girassol: (hoje, até 9%)
- Sardinha: (hoje, 32%)
- Biscoitos: (hoje, 16,2%)
- Massas alimentícias (macarrão): (hoje, 14,4%)
- Café: (hoje, 9%)
- Carnes: (hoje, até 10,8%)
- Açúcar: (hoje, até 14%)

FALTA DE DIÁLOGO

No Congresso, a deputada caminha com o centro, ficando entre a oposição e a base governista. Porém, compõe o grupo político do governador Mauro Mendes (União Brasil), que sinalizou apoio ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) em diversos momento do seu mandato. Pressionada a admitir que no governo Bolsonaro também houve a suspensão do Plano Safra, Gisela tentou dar uma evasiva, mas pontuou que quando o corte do crédito rural foi feita na gestão anterior, o ex-presidente se reuniu com os produtores. 

"O que se reclama muito, inclusive, tenho participado das reuniões da FPA, é ausência de diálogo com o setor produtivo e medidas do governo. Em outros anos, temos a situação de suspensão do Plano que foi previamente conversada com o setor", asseverou. 

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TOMA LÁ, DÁ CÁ

Carlos Fávaro atribuiu a suspensão do Plano Safra aos deputados federais e senadores que não votaram a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, inviabilizando a execução de programas além do teto de gastos de 2024, cometendo "pedaladas".

Gisela disse que o Congresso não se responsabilizará pelas falhas do governo e destacou que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tenta conversar com Lula desde que tomou posse em 1º de fevereiro para solucionar a liberação das emendas parlamentares, mas é evitado. Portanto, para a deputada, se há chantagem para votar a LOA é praticada pelos dois lados. 

"O Congresso não assume essa responsabilidade pois se existe chantagem, existe chantagem dos dois lados. Embora eu não participe da Mesa e o que vota ou não, mas o que digo é que ali se discutiu muito. O Hugo Motta quando tomou posse em 1º de fevereiro, o contato foi para resolver a questão das emendas, não quiseram, só dia 27 quiseram discutir. Aguardaram por mais 30 dias", finalizou. 

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