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Justiça Sexta-feira, 27 de Julho de 2018, 23:54 - A | A

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Sexta-feira, 27 de Julho de 2018, 23h:54 - A | A

GRAMPOLÂNDIA

"Os donos disso aqui são o Paulo Taques e o Pedro Taques", declara cabo Gerson

LUIS VINICIUS/JESSICA BACHEGA

Os interrogatórios referentes à ação que investiga as escutas clandestinas no estado foram retomados nesta sexta-feira (27), na Décima Primeira Vara Criminal e Justiça Militar. Já foram ouvidos o ex-comandante geral da Polícia Militar, Zaqueu Barbosa, o coronel Evandro Alexandre Ferraz Lesco, Ronelson Jorge de Barros, Januário Antonio Edwiges Batista e o cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Junior é o último ouvido.  

 

Alan Cosme/Hipernotícias

cabo gerson grampos

 

Gerson inicia o depoimento relatando que tentou arrolar o governador Pedro Taques e o ex-secretário Paulo Taques como testemunhas, mas ambos declinaram alegando que havia outra investigação tramitando no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

 

23h 54: "Vim aqui hoje pra trazer a verdade real", afirma o cabo, que pretende esclarecer todas as dúvidas, sem exceção. 

 

00h 11: Ele relata que em 2014 foi chamado pelo coronel Zaqueu para atuar em um projeto para "limpar" a PM. Identificando os profissionais com má conduta, por meio das escutas. O sistema seria usado no Quartel do Comando Geral. "Logo depois, Zaqueu questionou se esse sistema poderia ser usado em outro local. Daí surgiu a ideia de alugar um imovel", afirma.

 

O policial confirmou a locação de uma sala sob a justificativa de atuar com contabilidade. "Era empresa de fachada. Porque a PM não poderia locar espaços", afirma. O local era locado por R$ 1,2 mil mensais.


00h17: Em agosto de 2014, Zaqueu disse para o cabo que iria com Evandro Lesco se encontrar com uma pessoa em um restaurante na estrada de Chapada dos Guimarães. O cabo foi junto e chegando ao local encontram o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques. 

 

"No encontro Paulo disse que iria arcar com as despesas e tomaria conta da situação", confirma.

 

00h22: "A situação da minha família é precária. Eu não recebi milhão nenhum para ficar calado.Em respeito aos meus princípios e à minha família eu iria esclarecer isso. A minha dignidade vale muito mais que dinheiro", desabafa o réu, que chora ao mencionar a família. 

 

No encontro ficou combinado que Paulo Taques pagaria os custos de todo o esquema de escutas. Ele diz que, até o encontro, não conhecia o ex-secretário, assim como Lesco. O único que o conhecia era Zaqueu. 

 

00h 34: O policial conta que ele e Lesco pegaram R$ 50 mil com Paulo Taques, em uma casa do bairro Consil. O valor foi usado para comprar equipamentos para a central de escutas. Com ajuda de Torezan, em setembro de 2014 o sistema entrou em funcionamento.

 

00h41: Zaqueu forneceu os números a serem interceptados e em meados de setembro comecaram as escutas. "Eu saía do Gaeco e ia para a sala escutar os áudios".

 

Dias antes das eleições, Zaqueu forneceu nova leva de números a serem interceptados. "Um desses alvos era o Muvuca". Também estavam na relação o advogado José Patrocínio, Antonio Rosa e o vereador Chico 2000, todos ligados à rivais políticos de Pedro Taques, que disputava o Governo do Estado.

 

00h49: "Zaqueu falou o porquê de Muvuca. Porque Muvuca era uma ameaça ao  candidato Pedro Taques. Os vereadores Chico 2000 e José patrocínio era para tentar pegar crimes eleitorais dessas pessoas", afirma o policial.

 

Cabo Gerson afirma que nem dormiu na noite em que recebeu os números. "O meu maior pecado foi não dizer não ao coronel Zaqueu", disse Gerson.

 

Gerson conta que não ouviu os políticos. Apenas pegava os áudios e repassava para Zaqueu. O foco do cabo eram os policiais. "Eu não participei de campanha eleitoral", afirma. Segundo o réu, o nome da amante de Paulo Taques, Tatiane Sangali, estava na segunda remessa de números. Ela foi ouvida porque tinha informações de Taques e o ameaçava.

 

00h57: "Eu não conheço a voz do Patrocínio e nem do Rosa. Eu passava direto para o coronel Zaqueu. Até esse momento só eu e Zaqueu sabíamos da barriga de aluguel".

 

01h04: Devido ao volume de números, dois novos policiais foram destacados para ajudar Gerson. O cabo começou a ensinar Andreia e o Clayton Dorileo a executar a tarefa. Após as eleições, um pen drive com os áudios foram entregues para Zaqueu.

 

1h13:  Em dezembro a placa do sistema  de escuta queimou e foi desenvolvido outro batizado de "sentinela".

 

01h23: Zaqueu e Lesco não estavam no grupo de Whats app e os outros dois membros, Barros e Soller, não sabiam da existência de barriga de aluguel. "No grupo de whats app nunca falamos sobre alvos. Apenas falávamos pra melhoria do software", conta.

 

01h33: Gerson confirma que pegou dinheiro emprestado com Lesco para investir no sistema, mas que ainda não pagou "e nem vai pagar". Disse que os promotores do Ministério Público Estadual (MPE) não sabiam da barriga de aluguel, assim como os superiores. "Dentro do Gaeco nunca houve barriga de aluguel", afirma. 

 

01h48: "O interesse das barrigas de aluguel é do Paulo Taques e do governador".

 

01:53: "Em 2015, Zaqueu mandou parar as interceptações com sob a alegação que teria vazado. Só depois que Zaqueu disse que Mauro Zaqueu sabia de tudo parou as escutas. Eu nunca procurei o até então secretario de segurança, Mauro Zaque", revela o réu. "Após a interrupção das interceptações, o Gaeco virou um terremoto. Auditoria atrás de auditoria".

 

Gerson  conta que o promotor de Justiça, Mauro Zaque, nunca o procurou e ele não estabeleceu acordo de delação.

 

02h 40: Após intervalo, o depoimento foi retomado e cabo Gerson confirmou que tinha a senha do e-mail do coronel Zaqueu, como havia dito em seu interrogatório. Porém, Gerson assevera que nunca encaminhou e-mail. Ele usava o correio eletrônico para acessar decisões de Cáceres, onde os policiais interceptados eram lotados.

 

02h53: O interrogado afirmou que incluiu, por sua vontade, apenas um número que era de uma pessoa que devia R$ 50 mil para ele.

 

03h04: Cabo Gerson conta que ouviu nas interceptações que o ex-governador, Silval Barbosa (sem partido), ligou para o então vice-presidente Michel Temer (MDB) para interceder na soltura da esposa, Roseli Barbosa, presa em 2015 acusada de desvios. Ele tentou levar a informação para sua superior, major Fleck, mas não a localizou e comunicou sobre a ligação ao coordenador do Gaeco, Marco Aurélio. A medida gerou ciúmes na major, que passou a perseguir o policial. Ele, então, a colocou na "barriga de aluguel".

 

03h13: Gerson contou que colocou o telefone da esposa na escuta, mas que a inclusão foi um engano ao registrar o CPF dela. Relata que a escuta da jornalista Larissa Malheiros, em tese, foi um pedido de Paulo Taques. A interceptação da deputada Janaína Riva (MDB) também foi ordem do ex-secretário.

 

03h20: O policial afirma que o grampos foram motivados a partir da suspeita de que Pedro Taques seria alvo de escutas clandestinas. Paulo Taques e pessoas próximas ao governador desconfiavam de que ele estava sendo grampeado pelo coronel Alexandre Corrêa Mendes a mando do ex-deputado José Riva (sem partido). "Começamos os grampos para tentar descobrir quem estava escutando o governador", afirma. Mendes acabou preso.

 

"Não há dúvida de que Paulo Taques sabia da barriga de aluguel", frisa. "O dono disso aqui, não sou eu e nem o coronel Zaqueu. O dono disso aqui se chama Paulo Taques. Eu sou um homem de caráter, de palavra", afirma.

 

03h28: "O dono disso aqui é o Paulo Taques e o Pedro Taques. Longe da Polícia Militar", enfatiza.

 

03H40: "Eu arrolei o governador como testemunhas, porque ele é o dono disso aqui", afirma.

 

03h52: Gerson conta que Pedro Taques e coronel Zaqueu se conhecem desde quando o governador era senador e atuaram juntos na Operação Arca de Noé, que prendeu o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro.

 

04h04:  O réu chora ao declarar que nunca imaginou passar por essa situação. Um dos coroneis que compõe o conselho militar o parabeniza por ter a coragem de relevar quem era o mandante do esquema. O policial, por sua vez, pede perdão á sociedade pelos atos cometidos.

 

04h08: "No dia que vocês forem dar a decisão, lembrem desse dia. Eu estou falando a verdade", disse, emocionado, aos juízes.

 

04h12: Em seu depoimento, Gerson inocentou o sargento da Polícia Militar João Ricardo Soler, o coronel Ronelson Barros e o tenente-coronel Januário Batista da participação no esquema.

 

05h02: Após responder aos questionamentos das defesas dos demais réus e do próprio advogado, Gerson diz que "eu fiquei muito mais pobre com a grampolândia. Eu só perdi dinheiro".

 

Após cerca de cinco horas de depoimento, foi encerrado o interrogatório do cabo Gerson que, até então, negava a participação no esquema dos grampos que atingiram diversas personalidades do estado.

 

 

 

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Carlos Nunes 28/07/2018

Pois é, o NIXON só porque grampeou o escritório do partido adversário no Edifício Watergate...teve que renunciar. No começo negou que sabia, mas dois jornalistas descobriram tudo. Grampeou só 1 e se ferrou. Quantas pessoas foram grampeadas por aqui? Quem eram elas? Um site já informou que até o Temer foi grampeado numa conversa com o Silval Barbosa. Pegaram a mania do Obama, que, com os satélites, espionou todo mundo, inclusive o Lula, a Dilma, e foi descoberto, porque um funcionário do governo abriu o bico e contou tudo. Na certa quando ele disse pro Lula...esse é o cara, quis dizer, esse é o cara... que espionamos.

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Zeus 28/07/2018

Esses denunciados vão safar por conta do Pedro ter influência até no STF, quero ver quem prende ele, pois o Governador e o cara da lei, manda e desmanda. E ainda vai ser reeleito para governador de MT.

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Carlos 28/07/2018

Com tudo materializado e assim mesmo os mandantes vão ficar na impunidade.... pizza , conheço Pedro e o cara mas forte de MT, nem juizes e nem promotor vai c ok ele.

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3 comentários

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