A mãe de Matheus Patrick Felizardo Souza, um dos mortos durante uma ação da Polícia Militar em janeiro de 2024 em Rondonópolis (200 km de Cuiabá), contestou a versão oficial do caso e solicitou a reabertura da investigação. Por meio de uma petição, a mãe da vítima, Lúcia de Souza Neves, afirma que novos elementos periciais indicam a possibilidade de execução e ausência de confronto, conforme aponta um laudo independente produzido pelo perito Carlos Alberto Angelotti.
Segundo a versão oficial da Polícia Militar, Matheus Patrick, Charles Brito de Souza e Thiago Brauno de Freitas estavam em um HB20 vermelho quando um dos ocupantes tentou esconder o rosto ao avistar uma viatura. Diante da atitude, os policiais deram ordem de parada e teve início uma perseguição, durante a qual os suspeitos teriam atirado contra a equipe. Ainda de acordo com a PM, três dos quatro homens, todos com diversas passagens criminais, morreram em decorrência dos disparos. O quarto ocupante sobreviveu porque permaneceu escondido dentro do veículo e acabou sendo preso.
Segundo o perito contratado pela família, não há evidências materiais de que as supostas armas em posse das vítimas tenham sido disparadas durante o episódio. O laudo aponta que foram utilizadas pelo menos três armas de calibres diferentes pelos policiais (9 mm, .40 e .300 blackout), resultando em 29 disparos no local. Matheus foi atingido por pelo menos oito tiros, oriundos de duas direções diferentes. O veículo onde ele estava, um Hyundai HB20, foi atingido por quatro projéteis.
Além disso, o perito destacou a ausência de vestígios materiais que confirmem a versão de confronto, como estojos ou marcas de tiros atribuíveis às armas que estariam com os suspeitos. “Logo, não há nenhuma evidência física de ter havido confronto, já que confronto sugere ocorrência de embate e/ou ataques recíprocos”, destaca trecho do documento.
Diante das inconsistências, a defesa pede a reprodução simulada dos fatos com peritos oficiais especializados, uma nova perícia balística para identificar quais armas dispararam cada projétil e qual atingiu Matheus pelas costas, e a exumação do corpo da vítima para análise dos trajetos dos projéteis no interior do corpo.
A petição também requer perícia no carro e busca por fragmentos de projéteis ainda incrustados, levantamento das impressões digitais em sacolas com entorpecentes apreendidas e elaboração de croqui detalhado do local, com distâncias entre os pontos analisados.
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