O advogado Roberto Tardelli, responsável pela defesa do ex-secretário Marcel de Cursi, tratou como “milagre da transformação” a forma como a Justiça de Mato Grosso mudou o status do empresário João Rosa, que agora não figura mais como delator premiado do processo, mas como vítima da suposta extorsão cometida pela organização criminosa supostamente integrada por De Cursi.
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Advogado de ex-secretário critica forma como a Justiça de Mato Grosso transformou João Rosa (foto) em vítima
Tardelli chegou a exaltar os ânimos ao citar a forma como o processo está sendo tratado. “Aqui o mocinho virou vítima. Nunca vi isso em 31 anos de profissão. Existiu um verdadeiro milagre da transformação, onde quem fazia parte do esquema se torna vítima. E quem não fez nada, como é o caso de meu cliente, está preso”, comentou o desembargador aposentado do Estado de São Paulo, Roberto Tardelli.
O advogado ainda teceu fortes críticas à publicidade que a Justiça de Mato Grosso tem dado aos atos processuais envolvendo a ação penal relativa à "Operação Sodoma", na qual agentes políticos são acusados pelo Ministério Público Estadual (MPE) de recebimento de propina para favorecer empresas privadas com incentivos fiscais.
Tardelli disse não ter conhecimento de que fica disponível aos cidadãos a consulta on-line do andamento processual no site do Tribunal de Justiça, exceto em processos de segredo de Justiça. “Se o sistema for esse, é absolutamente devastador. Acho isso um horror!”, disse.
A primeira audiência da Operação Sodoma não foi conclusa na tarde de segunda-feira (18) devido à falta de documentação e tempo para que os advogados pudessem estudar o caso.
O advogado do ex-procurador Chico Lima, que atualmente reside no Rio de Janeiro e está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, comentou a complexidade do caso.
“Estamos diante de um processo que merece tempo e estudo. É muito complexo. Só hoje foram juntadas mais de mil folhas ao processo. Por isso, a audiência foi suspensa. Tem cheques que sequer foram periciados. A defesa está em um momento difícil”, comentou.
As próximas audiências do processo ocorrerão nos dias 29 de janeiro, 1º, 5, 10 e 17 de fevereiro, na Sétima Vara Criminal de Cuiabá.
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