Nesse contexto, chamou a atenção o volume bem acima da média recente nas taxas curtas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI). O DI para janeiro de 2020, que concentra as apostas para a Selic nas reuniões do Copom restantes em 2019, fechou com taxa de 5,225%, mínima histórica, de 5,262% no ajuste de sexta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2021 caiu de 5,378% para 5,27%, novo piso histórico. O DI para janeiro de 2023 terminou com taxa de 6,38%, de 6,491% no ajuste anterior, e a taxa do DI para janeiro de 2025 também fechou na mínima, de 6,97%, ante 7,071% no último ajuste.
Além dos encontros do Copom e do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira, haverá reunião do Banco Central do Japão, do Banco da Inglaterra e do banco central da Suíça na quinta-feira. "A expectativa é a mesma para todas essas decisões: mais 'easing' (afrouxamento) monetário a fim de combater a desaceleração da atividade econômica global e o risco de recessão", afirmou o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira.
Dados fracos da indústria e varejo na China divulgados domingo à noite também contribuíram para o aumento das apostas em políticas mais estimulativas pelos BCs, a exemplo do que fez na semana passada o Banco Central Europeu (BCE).
Para o segmento de juros, naturalmente a atenção é um pouco maior com a decisão do Copom e, não somente nos Departamentos Econômicos, mas também entre os players, vem crescendo a percepção de que há espaço para a Selic cair abaixo de 5% no fim do ano. A precificação da curva, que na sexta-feira apontava alívio de 75 pontos-base para a taxa básica em dezembro, estava em 85 pontos, o que indica a taxa entre 5% e 5,10%. Os cálculos são do Haitong Banco de Investimento.
Embora o destaque da curva tenha sido a ponta curta, as taxas longas também tiveram queda firme, alinhadas ao movimento de fechamento de taxas em praticamente todo o mundo nesta segunda-feira. Os rendimentos dos Treasuries registraram queda expressiva ao longo de toda a sessão. "O petróleo é inflacionário, mas também afeta o crescimento, e crescimento hoje em dia pesa mais do que a inflação", diz um gestor.
(Com Agência Estado)
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