Ainda não se pode descartar volatilidade, dada a falta de motivadores quando se considerada a agenda do dia, que só ganhará força à frente. Além de balanços no Brasil, no exterior o destaque é a divulgação da ata de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), na quarta-feira, e ainda haverá participações de dirigentes do BC dos EUA em eventos.
Na avaliação de Alison Correia, analista de investimentos e sócio da Dom Investimentos e da Top Gain, a valorização do Índice Bovespa e de alguns papéis reflete oportunidades, em meio à falta de falta de norteadores. "Vejo isso como falta de dados, em meio à agenda fraca", diz.
Investidores ainda reverberam a pesquisa Datafolha divulgada na tarde de sexta-feira. O levantamento mostrou que a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a uma marca inédita: em dois meses, caiu de 35% para 24%, atingindo o pior índice dos seus três mandatos na Presidência da República. A reprovação ao governo do petista também é recorde - no mesmo período, passou de 34% para 41%.
Para Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, é preciso avaliar o resultado da pesquisa com cuidado. "Ao mesmo tempo que a perda de capital político do presidente é algo bem visto pelos mercados, traz o receio da adoção de medidas que possam complicar adicionalmente o já delicado quadro fiscal do País, visando conter a derrocada", avalia em relatório.
Dada a ausência de norteadores hoje, ainda conforme Alison Correia, o mercado reage a algumas questões como a queda na popularidade do governo como se isso fosse gerar tendência. "Só que estamos falando de uma eleição que só ocorrerá em 2026. A falta de uma agenda mais intensa junto com papéis muito machucados resulta neste cenário", diz.
Além do recuo das commodities, a piora nas projeções na pesquisa Focus fica no radar podendo limitar a alta do Ibovespa. A mediana para IPCA de 2025 subiu pela 18ª semana consecutiva, de 5,58% para 5,60% - 1,10 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Já a estimativa para a taxa Selic seguiu em 15,00% ao ano para o final de 2025.
No entanto, o esfriamento da atividade brasileira no final do ano passado estimula queda dos juros futuros e reforça alta do Ibovespa. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) caiu 0,73% em dezembro ante novembro. A queda foi mais intensa que a apontada pela mediana das previsões colhidas pela pesquisa Projeções Broadcast (-0,4%). As estimativas iam de -1,3% a 0,00%.
"Com isso a indicação de crescimento do PIB para o quarto trimestre de 2024 que era 0,7% em novembro passou para zero, devido às revisões do IBC-Br de setembro e outubro para baixo", avalia a economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, para quem ainda é cedo para falar de efeito do aperto monetário na economia.
Às 11h30, o Ibovespa marcava 129.109,01 pontos, com alta de 0,69%, depois de subir 0,70%, com máxima em 129.118,37 pontos, vindo de mínima de abertura em 128.229,39 pontos, com elevação de 0,01%. Vale subia 0,02%.
(Com Agência Estado)
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