Em longo discurso na Stanford Institute for Economic Policy Research, Gopinath explicou que os fluxos de investimento estrangeiro direto (IED) têm sido redirecionados com base em parcerias geopolíticas. Um sinal disso é o fato de vários países reavaliarem o papel do dólar em suas trocas comerciais, de acordo com ela.
Para Gopinath, o processo não necessariamente é negativo, porque pode ajudar os países a criarem resiliência. "Mas se a tendência continuar, poderemos ver um amplo retrocesso nas regras globais de engajamento e, com isso, um uma reversão significativa dos ganhos da integração econômica", adverte.
A economista afirma que as restrições ao comércio mais que triplicaram desde 2019, sobretudo após a invasão da Rússia à Ucrânia, em 2022. Apesar disso, a proporção do comércio para o Produto Interno Bruto (PIB) permanece estável entre 41% e 48% desde a crise financeira global de 2008, conforme Gopinath.
Para ilustrar o contexto, Gopinath separou o mundo em três blocos: um com os país alinhados aos EUA, outro com as nações mais ligadas à China e um terceiro grupo das economias neutras.
Segundo ela, houve uma diminuição no crescimento do comércio entre esses agrupamentos, mas não foi tão grave. "Isto acontece porque parte do comércio e do investimento estão sendo reencaminhados através de países terceiros, compensando parcialmente a erosão das ligações diretas entre os EUA e a China", destaca.
(Com Agência Estado)
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