"Sou um admirador da história do presidente Lula, mas ele não está repetindo o desempenho que teve nas presidências anteriores, inclusive porque o entorno é mais difícil, não tem o controle do Congresso, e também porque a falta de ideias me parece bem preocupante", disse Armínio, em palestra a alunos do ImpaTech, o braço de graduação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Rio de Janeiro.
"No Brasil há taxas de juros que, sem fazer nada, você ganha 15%. Com a inflação a 5%, está ganhando 10%. Há um problema sério. Os sintomas do paciente Brasil, na parte financeira, são extremamente graves, e nos sintomas de crescimento, não conseguiu dar uma arrancada, algo que já vem de longa data. Não estou muito confortável", completou o economista em resposta a perguntas dos alunos.
Governos perdidos
Antes, durante a palestra, Armínio fez uma apresentação com o objetivo de responder porque o Brasil não aprende com erros do passado para um crescimento sustentado.
Ele disse que em 2016, já sob Michel Temer, foi a última vez que o governo brasileiro acertou com reformas como a da Previdência, e marcos legais como o do saneamento e a Lei das Estatais. "De lá para cá (governos Bolsonaro e Lula), acho que a gente se perdeu na economia", disse.
Para completar: "Não vejo uma visão, uma estratégia de desenvolvimento. É preciso ter prioridade e qualidade no gasto público, e aí a coisa pode andar. Falta uma estratégia, uma reforma do estado pra valer", disse, ao fazer uma diferenciação para o que Donald Trump está fazendo nos Estados Unidos, o que definiu como "desmantelamento do Estado". "A gente não precisa disso (desmantelamento à moda Trump) de jeito nenhum. Nosso Estado é de tamanho médio e está de bom tamanho para nós. Mas poderia estar melhor. Não é para diminuir, mas para melhorar", comentou.
Fiscal frágil
Armínio lembrou que, hoje, os chamados gastos tributários, "basicamente subsídios", são sete pontos do PIB, e que a previdência tem um buraco enorme, motivo pelo qual terá de passar "inevitavelmente" por outra reforma.
E continuou: "Hoje nós temos uma situação fiscal, financeira, do governo muito frágil, que pressiona as taxas de juros, as maiores do planeta, e isso não é maldade do Banco Central."
(Com Agência Estado)
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