O fotógrafo e documentarista José Medeiros está preparando mais um material para mostrar, ao mundo, as consequências das queimadas no bioma pantaneiro. Desde o ano passado, Medeiros se embrenha pelo pantanal em busca de paisagens e personagens que ilustrem a tragédia dos incêndios e da seca nesse que é uma das mais importantes áreas alagáveis do mundo.
Em 2020, pelo menos 4 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas e, neste ano, embora os incêndios não ganhem essa dimensão, o que vem afetando diretamente a vida do homem pantaneiro é a seca extrema. Animais e a flora também não resistem às altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e a ausência de água e alimentos disponíveis para garantir a vida.
“Muitas ameaças estão sobre este santuário, muitas relatadas em publicações científicas e da mídia em geral. Ameaças pelas mudanças climáticas e pela utilização irresponsável dos recursos naturais. Mas resolvemos abordar a situação pelo ponto de vista de quem mora lá”, conta Medeiros.
Assim surgiu o projeto “Pantanal + 10, com o propósito de colocar em pauta as interseções entre meio ambiente, cultura e comunidade buscando, ainda, democratizar e socializar o saber em uma reflexão conjunta sobre a importância desse patrimônio material e imaterial da humanidade e constantemente ameaçado em sua biodiversidade.
PANTANAL + 10 é também uma proposta de registro que se baseia na emoção das imagens da beleza e no impacto da destruição do pantanal pelos incêndios registrados em 2020, além do ciclo das águas e da seca e as transformações naturais e humanas na maior planície alagada do planeta. Mostra os pantaneiros como atores principais, suas histórias interligadas pelo mesmo fio condutor - o pantanal: seu povo, sua cultura, tradição e o meio ambiente.
O resultado deve ser disponibilizado em uma exposição fotográfica e em documentário em vídeo.
Em suas andanças, José Medeiros desenvolveu um interesse em imaterializar a cultura popular brasileira. Publicou material nos principais jornais, revistas nacionais e internacionais. Participou de dezenas de mostras individuais, coletivas, prêmios e salões.
Sua missão fotográfica e antropológica, marcada sempre pela postura questionadora e polêmica, convida-nos a refletir sobre as questões existenciais humanas. Para além das experiências, o artista é notoriamente reconhecido em seu saber, no que ilustra e na arte do registro de imagens.
Durante 12 anos, registrou o pantanal, trabalho que resultou na publicação do livro “O Pantanal de José Medeiros”, registro único em que retrata a figura humana do Pantanal, através do cotidiano, das festas e da fé do povo pantaneiro em meio às belezas naturais da maior planície alagável do mundo, Santuário da Biodiversidade; (2014), e o livro “Andanças” - Reportagens pelos confins de Mato Grosso, uma coletânea de reportagens especiais, selecionadas e produzidas durante 10 anos sobre a diversidade dos povos, culturas e os cenários da imensidão mato-grossense de histórias, lugares e pessoas. Uma grande aventura jornalística (2016).
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