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Cuiabanália Sábado, 20 de Novembro de 2021, 15:59 - A | A

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Sábado, 20 de Novembro de 2021, 15h:59 - A | A

REVELAÇÂO DE MT

Estilista nascido em Sinop é destaque na São Paulo Fashion Week

Com o desfile Fuxico Lanches, Airon Martin foi a sensação do evento, mostrando na passarela autenticidade e valorização da cultura brasileira vivida em bares e botequins.

Da Redação

O estilista mato-grossense Airon Martin foi destaque na São Paulo Fashion Week deste ano. Ele surpreendeu o público ao unir Sasha Meneghel, filha da Xuxa Meneghel, música brega e minimalismo ao autêntico designer brasileiro. O desfile aconteceu na sexta-feira (19) em São Paulo.  

Com o desfile Fuxico Lanches, Airon foi a sensação do evento, mostrando na passarela a autenticidade e valorização da cultura brasileira vivida em bares e botequins. Das cadeiras de plástico empilhadas na passarela, Airon tirou a estrutura arredondada do encosto para cortar as barras dos vestidos, dos tops e de algumas saias fendadas com rigor matemático.  

Nascido em Sinop (479 km de Cuiabá), com raízes familiares no Ceará e na Paraíba, Airon Martin mistura regionalidade brasileira em suas criações. Com apenas 28 anos, foi eleito, em 2020, um dos ‘notáveis’ antes dos 30 pela revista Forbes.

 Nome em ascensão no universo da moda, o estilista fundou, em 2018, a Misci, especialista em desenvolver mobiliário, acessórios e roupas inspirados na miscigenação dos elementos estéticos, todos 100% nacionais.  

A ideia central da sua mente criativa é uma só, expressar, por meio do design, um Brasil firme, rígido e profundo que transmita sentimentos mais verdadeiros – muito além de estampas de coqueiros e palmeiras.

 “Desde pequeno, eu fui rueiro. Detestava a hora de ir para casa. Gostava de ficar na rua. Brincando de bola e de desfile de moda também”, escreveu  Airon, em um post em suas redes sociais.

 O estilista é formado pelo Instituto Europeu de Design (IED), em São Paulo, e já conquistou o maior evento de moda do Brasil, o SPFW. Além disso, se tornou um dos nomes mais comentados do circuito fashion nacional.  

Desfile

 A alfaiataria é um dos nortes criativos desse estilista fã de Lina Bo Bardi, de quem tirou as telas do mobiliário, as linhas modernas de suas criações e o apreço pelo monocromatismo pulsante. Mas, diferentemente de quem tenta usar os ídolos como raio intelectualizante de ideias capengas, ele abraça o discurso da arquiteta de olhar para o Brasil de dentro.  

E, hoje, ele é feito de muita maionese temperada em sanduíche, que aparece em um dos desenhos do artista pernambucano Gabriel Azevedo, compositor da identidade visual e das ilustrações que ainda mesclam batata frita e refrigerante esmaecidos em bases lisas. Os fuxicos próprios ao artesanato nordestino apareciam em detalhes sutis, como numa faixa combinada a saia e, tingidos de dourado, fazendo as vezes de botões delicados.

Pedaços de tecido em formato de babadores foram costurados nas cinturas e nos ombros, adicionando a esse caldo de feijão com coentro a misoginia intrincada nessas festas, nas quais, o estilista afirma, "os homens são todos babões".  

Uma plateia inebriada pelos versos do brega raiz ainda ouvia a versão de Calcinha Preta para o hino "Milk Shake", cantando envergonhada, mas visivelmente emocionada, que "hoje eu sou sua laranja, sinto o gosto da maça", enquanto via as potências têxteis nacionais entrarem em cena.  

Sapatos e paletós adornados com a seda rústica de Maringá, de onde partem os casulos da grife Hermès, e o algodão orgânico colorido plantado nos assentamentos gerenciados pela marca Natural Cotton Color, no interior da Paraíba, resumiam o quão nobre a moda brasileira poderia ser se decidisse sair das paredes das galerias de arte. E, quem sabe, entrasse no ritmo do passo agarrado na cintura, sempre marcada, claro, dos botequins brasileiros. (Com site DOL)

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