Diretoria do Conselho Federal de Medicina (CFM) esteve em Cuiabá para avaliar de perto a intimidação sofrida por uma médica no Pronto Socorro de Várzea Grande, protagonizada pelo vereador Kleberson Feitoza Estácio (PSB). A vice-presidente do CFM, Rosylane Rocha, classificou o episódio como um caso de coação e difamação, ressaltando que a profissional precisou se afastar do trabalho e está recebendo acompanhamento médico.
Rosylane Rocha expressou indignação com a atitude do vereador, afirmando que a situação seria diferente se a vítima fosse um médico homem.
"Jamais esse vereador agiria da forma que aconteceu, constrangendo a profissional. Para piorar, dois dias antes do Dia Internacional da Mulher. Esse desrespeito às médicas é uma vergonha", destacou.
A vice-presidente do CFM criticou a postura do parlamentar, sugerindo que sua ação visava apenas angariar seguidores nas redes sociais.
"Com sua prerrogativa de fiscalizar, ele deveria fiscalizar condições de trabalho, buscar melhorias no atendimento e garantir qualidade de assistência à saúde da população. E não fazer esse tipo de ação pirotécnica para ganhar likes", disparou.
Rosylane Rocha ainda informou que o CFM e o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) estão prestando apoio à médica, que é servidora pública.
"Ela estava como funcionária empregada pública, exercendo a função de cargo público. Portanto, isso foi também um desacato ao servidor público. Nós, mulheres médicas, não vamos aceitar mais esse tipo de desrespeito. Isso é inadmissível, principalmente vindo de um parlamentar eleito pelo povo. É importante que a sociedade tenha conhecimento do que esse vereador está fazendo", reforçou.
A vice-presidente do CFM alertou que esse tipo de situação desestabiliza o atendimento em unidades de saúde, agravando a escassez de profissionais em Cuiabá e Várzea Grande. "Quando acontece esse tipo de violência, o médico ou a médica se afasta do trabalho e quem fica prejudicado é a população", concluiu.
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