A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) devolveu à natureza um urutau, ave de hábito noturno, reabilitado após fratura consolidada em uma das asas. O local escolhido para soltura foi um bosque escuro localizado em uma propriedade no distrito da Guia. Além dele, também ganharam a liberdade a ave maria-faceira, única garça brasileira a se adaptar a locais úmidos e secos, e uma gambá.
Minutos antes do urutau ganhar a liberdade, duas servidoras da Coordenadoria de Fauna e Recursos Pesqueiros da Sema, que acompanharam toda a recuperação, ainda estavam apreensivas. A ansiedade, no entanto, foi substituída rapidamente pela sensação de alívio, quando a ave restabeleceu os seus movimentos, batendo as asas em meio aos galhos das árvores rumo ao seu habitat natural.
O urutau foi encaminhado para a veterinária e guardiã de animais silvestres cadastrada na Sema, Ana Laura Karlinski, em 21 de novembro do ano passado. Quando começou a receber os cuidados, alimentava-se de insetos e suplementos para animais em estado crítico quatro vezes ao dia.
Um mês depois, a sua alimentação foi reduzida para duas vezes, uma ao amanhecer e a outra ao entardecer. Ao ser colocado em um recinto, ambiente propício para voo, começou a dar sinais que logo estaria apto a voltar para a natureza.
Maria-faceira, a segunda ave devolvida à natureza, chegou à Sema no final de janeiro. Desde então, também esteve sob os cuidados de Ana Laura Karlinski. Ela conta que maria-faceira não estava se alimentando e aparentava fratura na asa esquerda.
“Os cuidados envolveram manejo nutricional, com suplementação de cálcio e ambientação em recinto, junto a um semelhante. Com o passar dos dias, ela apresentou plenitude de voo e, portanto, verificamos a possibilidade de soltura”, destacou a guardiã.
Mãe de sete filhotes, a gambá que também ganhou liberdade, havia sido vítima de um acidente quando ainda estava grávida, mas todos os filhotes sobreviveram. Após receber os cuidados necessários, a gambá conseguiu se recuperar de uma fratura na perna. Mãe e filhos já estão de volta à natureza.
OUTROS ANIMAIS
Localizado em uma área de 12 hectares, em uma fazenda no distrito da Guia, o bosque que recebeu as duas aves e a gambá, abriga outros animais reabilitados pela Sema. A área é toda cercada com telas, o que impede a entrada de intrusos.
Já foram encaminhados para o local, uma tamanduá-bandeira, duas jandaias, um periquito, três corujas-buraqueiras, três papagaios, duas araras canindé e três jabutis.
Penépole, a tamanduá-bandeira que chegou ao bosque há dois meses, era mantida como pet em uma residência no município de Rondonópolis. Quando foi resgatada, apresentava anemia profunda e muita diarreia.
“Ela estava tão debilitada que teve que ser internada para receber os cuidados e a alimentação necessária”, relembra a técnica de desenvolvimento social, que é bióloga e doutora em ciência ambiental, Rebeca Marcos, ao reencontrá-la.
Atualmente, Penépole apresenta pequenos sinais do instinto de agressividade, comum à sua espécie. Também está mais arisca, e só se aproxima do proprietário da área uma vez por semana, quando quer comer algo diferente, como ovo e leite. Normalmente se alimenta de formigas e cupins.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.