O presidente da Associação de Entregadores por Aplicativo, João Gabriel Patriota Muniz, conhecido como "Barbudão", disse ao HNT TV que a "briga" da categoria não é apenas com as startups que controlam as operações, mas com o algoritimo e inteligência artificial (IA). Segundo Barbudão, as plataformas escondem "brechas" que podem expor os motociclistas a riscos. Um deles é fato do aplicativo não bloquear os pilotos durante a madrugada, permitindo que trabalhem 24 horas por dia até a exaustão.
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"A gente não briga só com startup, a gente briga também com o algoritmo - que ninguém nunca viu, mas a gente sabe que existe - e com a inteligência artificial que está implementada. Não tem como a gente vencer se gente não pedir, paralisar, é a unica forma", falou Barbudão.
A gente não briga só com startup, a gente briga também com o algoritmo - que ninguém nunca viu, mas a gente sabe que existe - e com a inteligência artificial que está implementada. Não tem como a gente vencer se gente não pedir, paralisar, é a unica forma
Conforme o presidente, os motociclistas não precisam seguir um horário fixo, sendo liberados para trabalhar durante o dia, a noite ou em tempo integral. Porém, a legislação trabalhista proíbe que alguém atue por mais de 12 horas consecutivas. "A realidade é que acabamo trabalhando mais de 12 horas", observa Barbudão. A "brecha" está no fato do app não contabilizar as horas trabalhadas durante a madrugada.
"Ela acaba esbarrando nessas brechas. Quando a pessoa quer atingir um valor pois a necessidade se torna maior pela falta de reajustes. Os aplicativos informam que temos uma renda quatro vezes maior que um salário mínimo, mas essa renda ela fica retida em postos de combustíveis, manutenção, telefonia, água que temos que comprar. Por isso, tivemos um sucesso da paralisação", disparou Barbudão.
BREQUE
A paralisação ocorreu oficialmente entre os 31 de março e 1º abril. Porém, ainda há um rescaldo. Parte dos trabalhadores seguem de braço cruzado, prejudicando o atendimento a demanda. Nos dias do "breque geral", restaurantes populares apareciam como fechados nos aplicativos, indicando que a greve recebeu ampla adesão e repercutia nos bastidores do empresariado.
Atualmente, os entregadores recebem R$ 6,50 por quilometro rodado e R$ 1,50 por quilometro adicional. A categoria, que está há três anos se reajuste, pede taxa mínima de R$ 10,00 e R$ 2,50 por quilometro adicional.
Temos um alto índice de acidentes, membros superiores, inferiores
"Acreditamos que esse é o valor corrigido pela inflação. O entregador vai ganhar muito? Não o custo operacional é gigante, colocamos o nossos bens à disposição. Uma moto que gira em torno de R$ 26, 28 mil. Temos a parte documetal da moto que a gente que arca, os pneus quando furam, é um custo absorvível", observou.
Além da questão material, há também os registros de quedas e assaltos. A associação atua para conter essa realidade. "Temos um alto índice de acidentes, membros superiores, inferiores e buscamos fazer palestras de direção defensiva, primeiros-socorros", concluiu o presidente.
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