“Não me sinto consciente em lançar obra nova enquanto não concluir o esqueleto herdado em minha gestão”. Essa foi a afirmação do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), ao pedir a compreensão da população cuiabana quanto ao lançamento de novas obras e ações no primeiro momento do seu mandato, que começou há trtês meses.
Alan Cosme/HiperNoticias
De acordo com o gestor, o lançamento de novas construções nas áreas da Saúde, Educação e Infraestrutura só será realizado depois que a Prefeitura conseguir destravar todas as obras que foram deixadas pelo ex-prefeito Mauro Mendes (PSB).
A entrevista foi concedida na manhã desta terça-feira (07) durante a vistoria em nove das obras paralisadas. A imprensa acompanhou in loco todos os locais citados por Emanuel.
Segundo o prefeito, mais de 25 obras estão atrasadas apenas na área da Saúde. E, agora a conclusão se torna mais difícil, visto que o dinheiro repassado pelo Ministério da Saúde, há pelo menos cinco anos, agora é insuficiente para terminar a obra.
“Nós não vamos lançar nenhuma obra nova enquanto não resolvermos o problema dessas que foram abandonadas. Porém, obra paralisada é obra mais cara. Sendo assim, precisamos encontrar alternativas para conseguirmos novos recursos porque muitas dessas obras encareceram até duas vezes mais que o valor original delas. Por isso, é necessário que o município lance o programa de combate às obras paralisadas em parceria com outros órgãos de fiscalização para que o projeto de fato saia do papel”, argumentou o prefeito.
Segundo Emanuel, as obras abandonadas pela antiga gestão estão concentradas principalmente na Saúde, Educação e Infraestrutura.
Um dos exemplos é a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Imperial. O posto de saúde que deveria ser um centro de assistência primária acabou virando um local de criadouros do mosquito que transmite dengue, zika e chikungunya, por conta da sujeira que tomou conta do lugar. Além de pedaços de madeira, tijolos e garrafas, a equipe do HiperNotícias também verificou que os moradores de rua usam a área como banheiro público indevidamente.
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O contrato inicial da UBS era de R$ 790 milhões e já foi disponibilizado mais de R$ 546 milhões, o que significa que a obra foi executada e paga mais de 68.64%.
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Já o Centro Cultural da Juventude no bairro Jardim Passaredo teve R$ 2 milhões pagos e não está concluído. A obra foi lançada no dia 22 de agosto de 2012 com orçamento inicial de R$ 3 milhões.
O local também foi vistoriado pelo prefeito e pelo coordenador da Rede de Controle e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Moisés Maciel.
“Em conta temos apenas R$ 300 mil e até na última visita que nós fizemos aqui faltavam R$ 709 mil para conclusão. Mas, essa planilha terá que ser atualizada novamente porque a cada dia parada a obra sofre acréscimo”, mencionou.
Nessa obra, a empresa responsável pelos serviços era a S.O.S Construções. No entanto, a instituição abandonou os serviços por falta de pagamentos e novos aditivos.
Roubos
Além das UBS do Jardim Passaredo; Imperial e Centro Cultural da Juventude, o prefeito também visitou o CMEI Recanto do Sol; Santa Terezinha, UBS Real Parque e a quadra coberta do Parque Ohara. Em todos os locais, os fiscais da prefeitura e o gestor encontraram situações de roubos de fiação da parte elétrica. Além disso, as obras abandonadas se tornaram pontos utilizados para tráficos de drogas, prostituição e até estupro.
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