“Minha intenção é não se aventurar mais atrás da aviação e ficar perto da família”. A frase é do piloto paranaense Maicon Semencio Esteves, de 27 anos, que passou quatro dias na mata, no meio da floresta amazônica, após sobreviver a queda do avião em que pilotava, no início de novembro, na região de Peixoto de Azevedo.
REPRODUÇÃO
Maicon contou ao Fantástico, da Rede Globo, em matéria exibida neste domingo (2), que conseguiu sair do avião logo após a queda. Um superaquecimento dos motores fez com que a aeronave perdesse potência. O piloto ainda conseguiu controlar o monomotor, modelo Neiva EMB-201.
“Fui perdendo potência. Os tanques estavam cheios. não foi pane seca. Eu gritava: meu Deus, eu vou cair agora, eu vou cair”, contou ele, que disse ter ficado desnorteado ao sair do avião. Em seguida, ele voltou e pegou seu celular, que tinha um mapa da região.
Foi então que ele percebeu que nas proximidades de onde havia caído, tinha um córrego. Com os braços e o rosto queimados, ele contou que usava as costas para passar por obstáculos na mata. Quando encontrou o riacho, passou a caminhar por ele. Quando dormia, ele revelou ter alucinações e que pensou muito na filha, que irá nascer em breve, para ter forças.
“Cheguei num momento que dei uma dormida e uma certa alucinação que eu tava despedindo do meu pai, da minha mãe, da minha família. O que eu tinha força era a minha filha. Se não fosse ela, eu acho que não ia ter tanta força não”, afirmou.
Quando foi resgatado, Maicon estava com 11 quilos a mais do que seu peso normal. Além disso, ele teve ainda infecções, queimaduras e insuficiência renal. Ele chegou a pensar que o momento do resgate fosse uma alucinação.
“Pedi a Deus ao menos alguns anos de vida só para poder ter a minha filha. Eu comecei a gritar por socorro, e eu escutei uma pessoa gritando. Aí eu vi que não era alucinação”, disse.
No entanto, Maicon afirmou que abrirá mão de seu sonho de criança, que era o de ser piloto de avião. “Minha intenção é não se aventurar mais atrás da aviação e ficar perto da família. Para mim, a aviação acabou”, pontuou.
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