"Só um imbecil ou um canalha compra esse papo de plano de assassinato", escreveu em seu perfil no X (antigo Twitter). Na quarta-feira, 26, em resposta a uma pergunta sobre a decisão do Supremo que tornou Bolsonaro réu, Lula disse ser "visível que o ex-presidente tentou dar um golpe no País".
"É visível por todas as provas que ele tentou contribuir para meu assassinato, para o assassinato do vice-presidente e do ex-presidente da Justiça Eleitoral brasileira. Não adianta agora ele ficar fazendo bravata, dizendo que está sendo perseguido", disse o presidente a jornalistas em Tóquio, no Japão, onde cumpria agenda.
Na postagem endereçada a Lula, que assinou com as palavras "um fraterno abraço", Bolsonaro ironiza as investigações sobre a trama golpista. "A narrativa de vocês sobre o 'gópi' é conhecida por todos os seus adversários. Ninguém de bom senso aguenta mais essa patifaria armada", afirmou.
Ele também resgatou o atentado que sofreu em 2018 em Juiz de Fora (MG), durante atividades da campanha eleitoral. "A única pessoa que tentaram matar fui eu", disse.
O plano de assassinato contra Lula mencionado pelo presidente foi descrito pela Polícia Federal (PF) em inquérito que embasou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), aceita nesta semana pelo STF.
Na peça, o procurador-geral, Paulo Gonet, afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi informado e concordou com o plano "Punhal Verde e Amarelo", que previa o assassinato de Lula, seu vice, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
"O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do presidente da República, que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições", diz Gonet no documento.
De acordo com mensagens encontradas pela PF, militares das Forças Especiais do Exército, os "kids pretos", teriam chegado a armar uma emboscada para Moraes, mas acabaram desistindo da ação.
Bolsonaro virou réu no STF por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em decisão unânime, a Primeira Turma do STF recebeu a denúncia da PGR contra o ex-presidente e mais sete pessoas.
Os outros são os generais e ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, o deputado Alexandre Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência, o ex-ministro Anderson Torres, o almirante Almir Garnie, ex-comandante da Marinha, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.
Os oito compõem o primeiro núcleo de denunciados, chamado de "núcleo crucial" da tentativa de golpe. Segundo a PGR, "deles partiram as principais decisões e ações de impacto social" para a conspiração.
Com a decisão do STF nesta quarta-feira, 26, os denunciados passaram a responder às acusações da PGR na Justiça. O julgamento do mérito da denúncia, ou seja, que decide se os réus são culpados ou não ocorrerá após a etapa de instrução do processo, que conta com interrogatórios, oitiva de testemunhas e apresentação de defesa.
(Com Agência Estado)
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.