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Artigos Segunda-feira, 26 de Outubro de 2015, 09:48 - A | A

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Segunda-feira, 26 de Outubro de 2015, 09h:48 - A | A

Desafios da Baixada Cuiabana (1)

O processo de desenvolvimento brasileiro tem proporcionado uma grande concentração populacional, econômica e social nas capitais e regiões metropolitanas e, fora dessas em cidades polos

JUACY DA SILVA

 

Hugo Dias/HiperNotícias

Juacy da Silva

 

O desenvolvimento de qualquer  região  não  é  um processo simples e fácil, demanda uma  avaliação correta da mesma em seus aspectos demográfico, ocupação  do solo, sistema produtivo, organização  e  estrutura social, cultura  e  tradições e, também, da organização e  ação  do poder público, tanto local, quanto  estadual e nacional, que atuam na região,  tudo isto através  de uma visão  histórica: passado, presente  e futuro.

 

Somente então é possível  estabelecer os parâmetros que irão nortear a construção de  um plano estratégico de desenvolvimento, que contemple  as peculiaridades  de cada município, e, ao mesmo tempo, possibilite  a integração de  políticas púbicas e das ações  dos atores não  governamentais, ai incluídos  os empresários, os trabalhadores, as organizações  culturais, educacionais e religiosas e a população  de  uma maneira geral.

 

Esses  são os atores que devem participar  deste processo desde  o diagnóstico  até  a elaboração  do plano  regional de desenvolvimento integrado  participativo e sustentável, evitando a imposição  de soluções  acabadas sem  a participação  da população, que é, afinal, a construtora do progresso    e  que deve  ser também  a contemplada  com os frutos do desenvolvimento.

 

Historicamente,  o processo  de desenvolvimento brasileiro  tem proporcionado  uma grande concentração  populacional, econômica  e social nas  capitais e regiões  metropolitanas  e, fora  dessas em   cidades polos. Os resultados são  a exclusão social  e econômica  tanto dos pequenos municípios, quanto de sua população  e também  dos municípios  periféricos integrantes das regiões  metropolitanas.

 

Esta  realidade pode ser  vista, observada  e  constatada  em  todas as regiões metropolitanas e seu entorno imediato,   incluindo  a menor dessas que é a Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá  e do chamado “colar”  metropolitano, compreendido pelos demais municípios.

 

A  Baixada  Cuiabana, que tem em Cuiabá, capital  do Estado de Mato  Grosso, seu polo  central,  destaca-se  dos demais por ser o núcleo de ocupação mais antiga  da região  e um  dos mais  antigos  locais  de ocupação do Brasil Central; dentro de quatro anos Cuiabá estará completando   300 anos.

 

Por  ser  a capital  do Estado, Cuiabá concentra os serviços  administrativos e as instituições que conformam o poder público estadual, incluindo, os poderes executivo, legislativo  e judiciário e  também  as representações  de todos os poderes da união.

 

Além  disso   também  em Cuiabá  estão  concentradas  todas as instituições  de representação  dos setores produtivos, instituições  educacionais, de saúde, de segurança  pública, serviços bancários  e outras mais. Esta concentração  atrai  pessoas  e negócios  de toda ordem, gerando um dinamismo econômico, social e politico que confere  a Cuiabá tanto os benefícios  quanto as consequências negativas deste processo.

 

A  Baixada Cuiabana  apesar de representar apenas 8,9%  da área  do Estado  concentra  30,3%  da  população  total, 35%  da população urbana e apenas 13,%  da população rural. Concentra  também 25,1% do PIB  estadual, apesar  do crescimento e representatividade de alguns municípios polos  inseridos no contexto  da  produção do agronegócio em outras  regiões.

 

Todavia, este dinamismo econômico  e social principalmente de Cuiabá, secundado bem distante por Várzea Grande, não é experimentado em toda a região. Diversos municípios  da Baixada  cuiabana  como Nossa  Senhora do Livramento, que integra a Região Metropolitana, Rosário Oeste, Acorizal, Planalto da Serra, Nova Brasilândia e Barão de Melgaço  estão perdendo população e dinamismo econômico, acarretando falta  de perspectivas  de desenvolvimento, a não  ser  através  de um plano estratégico  de desenvolvimento integrado participativo e sustentável,  com horizonte de longo prazo, além  das ações imediatas seja  dos  governos federal,   estadual e também  dos municípios.

 

Essas e outras localidades  na Baixada  Cuiabana  estão  se transformando em municípios  dormitórios,  sem futuro, principalmente para a população  mais jovem, que se ve privada de oportunidades em seus locais de moradia.

 

Tendo  em vista que no próximo ano  serão  realizadas eleições municipais,  talvez  este seja o momento mais  apropriado para que esta discussão  seja incluída na agenda política  e institucional. Em  boa hora a Assembleia  Legislativa constituiu  uma Frente Parlamentar em prol  do desenvolvimento da Baixada Cuiabana, tendo o assessoramento direto de uma equipe de técnicos de alto gabarito e comprometidos com o  resgate  de uma das regiões mais importantes  na  história de nosso  Estado.

 

Voltarei  a este  tema  oportunamente  com alguns  dados e sugestões para que este  assunto possa ser aprofundado e  possa até ser  um modelo de planejamento para outras regiões do Estado.

 

*JUACY DA SILVA é professor universitário,  titular  e  aposentado UFMT,  mestre  em  sociologia. Email  [email protected]  Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

 

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