O vice-governador Carlos Fávaro (PSD) acaba de entregar o cargo público que exerceu por três anos e três meses no Palácio Paiaguás. O documento foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM). Na presença de jornalistas, Fávaro disse que não poderia usar a máquina pública e fazer campanha política ao mesmo tempo. Os deputados da oposição e o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) acompanharam o ato.
"Tomei essa decisão em razão da missão dada pelo meu partido, o PSD, de construir um novo projeto para Mato Grosso. A razão é simples: não poderia me dedicar a esse propósito, fortalecendo o partido para as candidaturas proporcionais e majoritárias recebendo o salário mensal de R$ 20 mil e nem continuar utilizando toda a estrutura que dá apoio à Vice-governadoria", escreveu Fávaro, que também antecipou aos repórteres que não comunicou o governador Pedro Taques (PSDB). "É necessário comunicar apenas o presidente da AL", completou.
Nos bastidores, dizem que a decisão de Fávaro visa evitar uma possível inegebilidade caso o governador Pedro Taques se ausente do Estado. Nesta possibilidade, ele deveria assumir o governo. Porém, para concorrer a eleição, ele não pode ter ocupado cargo no Poder Executivo seis meses antes da eleição. Com a entrega do cargo, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Eduardo Botelho (DEM), assume o posto caso o governador precise se ausentar.
"Deixo o cargo com o sentimento de dever cumprido. Eu fiquei no cargo por três anos, três meses e cinco dias. Cumpri meu dever constitucional, tenho a conciência tranquila. A vice-governadoria não foi coadjuvante. Por dois anos fiquei a frente da Secretaria de Meio Ambiente, fazendo uma máquina justa. Porém, recebi uma missão de meu partido, o PSD, de pleitear uma candidatura ao Senado e discutir um projeto para Mato Grosso. Não é justo eu fazer isso com dinheiro público. Não é por prazer que faço isso é por dever cívico que faço isso", disse Fávaro.
Questionado sobre o relacionamento com Pedro Taques, Fávaro disse que segue amistosa. "Não tem inimizade. Dentro de uma democracia, tenho direito a isso. Tenho uma amizade normal. Tudo segue amistoso. Eu vou continuar trabalhando por um grande projeto para o futuro por Mato Grosso", comentou.
No comunicado, Fávaro fez um balanço de sua gestão como vice-governador e também como secretário de Estado de Meio Ambiente, esta última função desempenhada até dezembro do ano passado.
"Desde que assumi o cargo de vice-governador, reduzi sensivelmente o tamanho da estrutura que, na época, contava com 74 cargos, sendo 46 exclusivamente comissionados. No primeiro ano, diminuí para 20 o número total de servidores e mantive essa média até hoje. Com o compromisso de reduzir custos, diminuí 60% das despesas administrativas e isso tudo sem prejudicar os trabalhos, já que realizamos 12 mil atendimentos durante o período que estive à frente do gabinete. Além disso, assumi por 20 meses a gestão da Sema - Secretaria de Estado de Meio Ambiente, um dos maiores desafios da minha vida e, com muito trabalho, planejamento e dedicação, apresentamos avanços em todas as áreas. Hoje, com certeza, temos uma secretaria muito mais eficiente e cumprindo o seu principal papel, que é a preservação do meio ambiente, sem atrapalhar o desenvolvimento econômico", disse o candidato.
Por último, Carlos Fávaro agradeceu a confiança de seus eleitores e fala em novo desafio.
"Agradeço aos eleitores que me elegeram e ao povo de Mato Grosso com a absoluta certeza de missão cumprida. Parto para esse novo desafio e não seria ético de minha parte trazer prejuízo ou despesa ao erário, utilizando-me de uma estrutura que foi criada para atender ao mandato de vice-governador. A nova política exigida pela sociedade não quer discurso, quer ação. Tenho convicção de que esta é a decisão mais acertada".
Atualizada às 11h33
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