Segunda votação da LDO vira bate-boca entre deputados após pedido de vistas

Cumprindo a promessa feita durante o começo da semana, o deputado Zeca Viana (PDT) pediu vistas do substitutivo integral ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016 durante a segunda sessão extraordinária desta quarta-feira (22), emperrando ainda mais a votação, que era para ter acontecido na última quarta (15) à noite.

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Mais cedo, o próprio líder da oposição, deputado Emanuel Pinheiro (PR), já havia acertado as contas com o líder do governo, Wilson Santos (PSDB), e entregou o substitutivo integral com 56 emendas. Santos, por sua parte, garantiu que o governo sancionaria o substitutivo. Mais tarde, outras duas emendas foram apresentadas e aprovadas em destaque.

Com isso, Viana disse que precisava analisar melhor as novas emendas, além do substitutivo integral, e pediu cinco dias para estudar o projeto. Desconcertado, o líder do governo subiu à tribuna e disse reconhecer a legitimidade do pedido, mas disparou poucas e boas contra Zeca, que, apesar de ser do mesmo partido que o governador, foi tratado como oposicionista ferrenho.

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"A base governista reconhece o direito legal e legítimo de qualquer deputado pedir vistas do projeto. Quero só ressaltar que, nos últimos quatro anos, em nenhum momento neste plenário foi solicitado pedido de vista dos projetos de LDO do 'grande' governador Silval Barbosa, que deixou o Estado nestas condições", disse Santos.

Zeca Viana foi deputado durante a gestão Silval Barbosa (PMDB) e confirmou que nunca pediu vistas de nenhum projeto de LDO do ex-governador, dizendo ainda nunca ter feito qualquer emenda às Diretrizes Orçamentarias do peemedebista.

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Wilson Santos ironizou, dizendo que talvez tenha que aprender com Silval Barbosa como aprovar uma LDO, já que ele nunca teve um pedido de vistas

"Talvez tenhamos que aprender com este gestor, que deixou o Estado nessas condições, como se faz LOA [Lei Orçamentária Anual] e LDO", ironizou Wilson Santos, continuando: "Silval nunca teve um pedido de vistas de LDO e de LOA aqui. E sequer cumpriu os repasses constitucionais para a Saúde".

Incomodado com a ironia do líder do governo, Viana subiu à tribuna e disse que Santos "não tem essa moral toda" para criticar o ex-governador. "Se colocar os dois juntos, não sei se dá para distinguir", atacou.

Zeca Viana acusou Wilson Santos de fazer jogo sujo nas comissões, para impor a proposta do governo aos demais deputados. E prometeu fazer oposição ainda mais ferrenha: "A gente tem quatro anos pela frente para travar essas batalhas. Daqui a 60 dias, vocês [governistas] vão ver o que vai ser essa casa contra as atitudes de vocês".

O presidente do PDT ainda criticou a forma como foi elaborada a LDO de Taques, dizendo que não foi por democracia que houveram 130 emendas, mas "por erro da parte técnica do governo, que mandou essa LDO com tantas falhas que nós precisamos corrigir".

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Incomodado, Zeca Viana criticou supostas 'manobras políticas' do governo e disse que a equipe de Taques fez um trabalho ruim no projeto da LDO

Logo Janaína Riva (PSD) subiu à tribuna, uniu-se ao coro de Zeca Viana e criticou também o governo Pedro Taques por não lhe atender quando precisa. E reforçou ainda que, se Zeca Viana não tivesse pedido vistas, ela o faria. 

Santos logo respondeu Janaína, também em tom de ironia: "Já fui testemunha da senhora rasgando elogios ao governador Pedro Taques, ao bom atendimento, à facilidade de conversar com os secretários. Agora mudou?".

"Eu elogiei e não fui atendida", respondeu Janaína.

Romoaldo Júnior entrou no meio para apaziguar, pedindo aos colegas de parlamento que se contenham, porque 'pega mal' para a imagem da casa quando o debate de uma matéria vira bate-boca.

"É muito ruim quando o parlamento começa a debater uma matéria e começa as agressões pessoais. Sabemos da boa vontade do governador Pedro Taques de acertar, mas também não podemos só recriminar o governo passado pelas coisas erradas", pontuou, antes de encerrar a sessão.

Com o pedido de vistas, Zeca Viana tem cinco dias úteis para analisar o substitutivo integral e as duas emendas, para só então o projeto ser votado, na próxima quarta-feira (29), duas semanas após o prazo. Detalhe: em outra sessão extraordinária, com custos extras ao contribuinte.

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