O deputado federal Juarez Costa (MDB), justificou a Notícia Crime protocolizada por sua defesa jurídica junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso, por estar convicto de que, membros do Ministério Público do Estado (MPE), estão envolvidos no esquema de escutas telefônicas não autorizadas , dentro da Operação Sorrelfa, deflagrada em 2016, pelo Gaeco – Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado -, quando ele ainda era prefeito de Sinop, distante 500 quilômetros de Cuiabá.
“Sei que tem promotor envolvido e quero ver quem é”, afirmou, informando que seus advogados querem ter a íntegra do depoimento do cabo Gerson Correa que, em recente depoimento à Justiça Militar, reforçou essa tese de grampo telefônico em 2016.
Na época, Juarez teve contra si, o cumprimento de mandado de busca e apreensão em Sinop e em Santa Catarina.
O parlamentar lembrou que, à ocasião da operação, já havia dito em público que, do ponto de vista político, as interceptações nos aparelhos celulares dele, da esposa Ivone Latanzi e do filho do casal, Matheus Costa, foram “orquestradas” pelo ex-deputado federal Nilson Leitão, pelo ex-governador Pedro Taques (ambos do PSDB) e pelo ex-secretário-chefe da Casa Civil do Estado, Paulo Taques.
“Eles foram em Balneário Camboriú, ficaram 60 dias, o assessor dele [Leitão] e a mulher do assessor dele e ficaram lá, perguntando da minha vida, enfim, foi uma coisa montada para ver se eu tinha uma arma em casa, pra eu sair de lá algemado. Mas eu nunca tive arma na vida, então não acharam nada”, comentou Costa, acrescentando que sabia “que eu estava grampeado pelo Pedro e todo esse pessoal, mas eu não imaginava que meses depois iria aparecer a tal da “grampolândia”.
O deputado Juarez cita ainda, à reportagem, que o reforço à sua tese, apareceu por meio do depoimento do cabo Gerson Correa. ”Agora vem o cabo e confessa esse rolo todo, tanto é que, eu falava sempre que estava grampeado aqui, que grampearam minha esposa, meu filho e mais quarenta e poucas pessoas do país inteiro e não me grampearam, porque eu falava que já estava grampeado e eles nem colocaram meu nome, enfim, foi uma coisa muito nojenta”, observou.
Ele ainda coloca que sua defesa jurídica já tem quase tudo que precisa no processo (Notícia Crime); como os registros das idas dos “bisbilhoteiro” a Balneário Camboriú, vasculhar sua vida, afim de achar algo comprometedor, por exemplo.
“No dia da operação, dei uma coletiva e falei: isso é obra do Leitão, do Paulo Taques e do Pedro Taques. Mandei meus advogados entrar na Justiça, pois tudo que eu falei, hoje está se confirmando”, ressaltou.
Juarez Costa também disse, na entrevista que frequenta Camboriú desde a década de 70 e que possui um apartamento lá. “Se eles quisesse saber sobre isso, não precisava perder tempo, bastava olhar meu imposto de renda.
Juarez não quis dizer nomes, mas admitiu ter convicção da participação criminosa de promotores de Justiça, da época, nos grampos que o interceptaram.
Porém, a reportagem do HNT/HiperNotícias apurou que na época da Operação Sorrelfa, o chefe do Gaeco era o promotor Marco Aurélio de Castro que, coincidência ou não, é irmão do advogado Marcos Bulhões, então advogado de Nilson Leitão.
Sobre o material apreendida em sua casa, na Operação Sorrelfa, Costa elenca que “levaram dez notebooks, que eu ganhava da Caixa Econômica e do Banco do Brasil e eu usava apenas um e no resto não tinha nada”. Uma maleta antiga que usava quando era deputado estadual também foi levada, conforme Juarez. “Também havia dois talões de cheques de 2007, que eu nem lembrava mais, eles também levaram isso e só, nada mais”.
RENEGADO
O deputado Juarez Costa lembra que , na época, em 2016, pelo menos dois possíveis candidatos a prefeito de Sinop, com o apoio dele, desistiram da disputa por saberem que Costa teria problemas com a polícia, logo, se tornaria desinteressante receber o apoio de alguém que poderia ser preso.
“Eu sabia que estava sendo grampeado, porque dois meses antes da operação, o [Roberto] Dornner era pra ser eu candidato a prefeito e o Dornner chegou em mim e disse que não ia ser mais meu candidato porque ele foi chamado pelo Pedro Taques e Pelo Leitão, dizendo que o Gaeco iria me prender e que, se ele disputasse lá pelo lado de lá, lado do Pedro, ele ganharia a eleição e se ficasse do meu lado, ele perderia. Eu o agradeci, mas disse que eu não seria preso e que eu não perderia a eleição, com meu candidato, eu coloco um poste aqui e ganho”, relembrou.
Juarez Costa conta que, assim sendo, convidou o empresário Dalton Martini para ser seu candidato. “Mas aí o Dalton também foi chamado pelo pessoal [Leitão e Taques] e não aceitou. Isso antes da campanha de 2016. Foi então que chamei a Rosana [Martinelli, atual prefeita], que me disse que também falaram pra ela que eu seria preso pelo Gaeco, mas que mesmo assim toparia, então, foi minha candidata e ganhou”, relatou.
No reinterrogatório à Jusgtiça, na semana passada, o cabo Gerson Correia, réu na ação que apura o suposto esquema de grampos telefônicos, com o objetivo de espionar adversários políticos de Pedro Taques, nas eleições de 2014, Gerson que “esse mesmo modos operandi, de pegar uma decisão judicial, alheia à investigação e pesquisar junto às operadoras de telefonia, visando essa decisão judicial, ela é demonstrada classicamente nessa investigação contra o [ex] prefeito de Sinop, Juarez Costa e detalhe: às vésperas da eleição, faltando um mês”.
O depoente frisou ainda, em juízo, que estava dizendo isso, “para demonstrar, que independente de o cabo Gerson estar atuando no Gaeco , esses fatos, demonstram a inserção indevida, a interceptação ilegal, a barriga de aluguel, não são exclusividade desse militar, que hoje é réu nessa vara”.
Outro lado
A reportagem do HNT/HiperNotícias buscou ouvir os nomes citados, como Pedro e Paulo Taques, mas as ligações caíram na caixa postal, o mesmo ocorrendo com o ex-deputado federal Nilson Leitão. Também não conseguimos contato telefônico com o promotor e ex-chefe do Gaeco, Marco Aurélio Castro,
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