Wayne Camargo / RedeTV!
Corinthiano, Juarez Soares era muito querido pela torcida da Fiel
Morreu nesta terça (23) o cronista esportivo Juarez Soares, aos 78 anos, na Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo. Juarez lutava contra um câncer do reto e teve uma parada cardíaca por volta das 13 horas. A família chamou uma ambulância e o jornalista foi reanimado, mas teve uma segunda parada cardíaca 10 minutos depois e não resistiu. O velório ocorrerá nesta quarta (24), às 8h, e o enterro será realizado às 15h no Cemitério da Consolação, em São Paulo. Juarez Soares é um dos ícones de uma época de ouro da crônica esportiva brasileira das décadas de 1970, 1980 e 1990, especialmente quando atuou na TV Bandeirantes. Corinthiano, era muito querido pela torcida da Fiel.
Espirituoso, foi lembrado com sua morte de um texto publicado em 6 de janeiro do ano passado, no facebook, no qual falava de um encontro com Cristo:
Nesse fim de ano encontrei-me de novo com cristo.
Fazia muito tempo.
Ele tinha um olhar compreensivo de quem caminhara muito.
Por certo tinha ido ao encontro dos que precisavam de consolo, de paz, de esperança, daqueles que buscaram tanta coisa e não conseguiram.
Foi quando ele me encontrou.
Houve naquele momento um respeitoso silêncio, a angústia do ser humano procurando entender a divindade.
Seu semblante calmo de misericórdia deixava claro que na sua infinita sabedoria compreendia a dor e o sofrimento.
Parecia até que seu lado humano esperava a pergunta capaz de devolver na resposta o gosto da paz e da esperança.
Quase pedindo perdão a indagação foi solta no ar.
Por que?
Tive a impressão de que seu semblante divino, que veio a terra feito homem se iluminou.
Lançou-me um olhar misericordioso de quem entendia a dor.
Não houve resposta.
Apenas o silêncio.
A quietude do ambiente deixava no ar o sentimento de que tudo ia passar.
De que o amor venceria o sofrimento, para que de novo o canto da felicidade espalhasse o som do coral da alegria que envolveria os que sofrem num mundo de esperança.
Aí, eu que tinha a cabeça baixa olhando apenas o pó da estrada nas suas sandálias de peregrino, percebi que ele tinha ainda um longo caminho a percorrer.
Sem me dar as costas ele se afastou.
Num relance, num último olhar, tive a impressão de enxergar duas lágrimas que se perdiam.
Era eu pecador que pedia perdão.
Seu olhar não era de adeus.
Tive a impressão de que seu lado humano dizia:
Tudo bem.
Não se esqueça de mim.
Eu volto o ano que vem
- Juarez Soares "China"
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