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Justiça Sexta-feira, 03 de Junho de 2016, 11:02 - A | A

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Sexta-feira, 03 de Junho de 2016, 11h:02 - A | A

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Servidores do IML são capacitados para atendimento humanizado

REDAÇÃO

A Rede de Frente, que reúne várias entidades no enfrentamento à violência doméstica em Barra do Garças (510 km de Cuiabá) e região, capacitou nesta terça-feira (31 de maio) profissionais do Instituto Médico Legal (IML) para realizar atendimento humanizado e esclarecido às vítimas de violência doméstica e sexual.

 

Reprodução

IML/ capacitação

 

Segundo o juiz da 3ª Vara Cível da Comarca, Wagner Plaza – membro da Rede – a decisão de capacitar os profissionais do IML ocorreu em razão de uma série de reclamações relacionadas a falhas no acolhimento das vítimas e na coleta de materiais para exames. “Houve um caso, por exemplo, de uma criança vítima de violência sexual que se recusou a fazer os exames por constrangimento no atendimento”, explica o juiz.

 

Conforme o magistrado, nestes casos a família inteira da vítima vai à delegacia e ao IML, e lá é exposta a outros traumas desnecessários, entre eles a demora, a falta de servidor para atender naquele plantão, entre outros problemas.

 

De acordo com a presidente da Rede de Frente e investigadora de Polícia, Andrea Guirra, a entidade à qual representa capacita todos os profissionais das instituições por onde passam as vítimas de violência doméstica e sexual, mas esta foi a primeira vez que o IML foi contemplado com o treinamento.

 

Quinze profissionais do IML de Cuiabá estiveram envolvidos nas palestras e debates para melhor instruir os colegas que atuam no IML de Barra do Garças. A Rede também é composta por representantes do Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, bem como poder Executivo estadual e municipal.

 

Nesta capacitação, atendentes, recepcionistas e médicos peritos do IML do Vale do Araguaia foram estimulados a realizar um atendimento particularizado. Eles foram aconselhados a seguir um protocolo de atendimento, fazer uma escuta humanizada do caso, receber bem as famílias das vítimas, bem como dar agilidade aos atendimentos para não expor nem vitimizar ainda mais as crianças e mulheres agredidas ou estupradas.

 

Ainda durante o treinamento, representantes do Poder Judiciário explicaram como se portam diante dos laudos e o quão importante são as provas colhidas. “Esses profissionais tem que se conscientizar o quanto o trabalho deles pode contribuir para a elucidação de um crime”, frisou Wagner Plaza.

 

O magistrado reforça que a coleta de provas para o processo judicial é essencial e tem que ser bem feita. “Há mulheres que fraudam lesões para prejudicar o companheiro e os peritos têm como verificar isso. Eles conseguem identificar lesões típicas de defesa, de lesões que presos dizem ter sido feitas por policiais. Os peritos podem distinguir ainda se a lesão é de mordida ou de soco, por exemplo”.

 

Wagner Plaza ressalta ainda que por causa de falhas humanas, muitos casos não puderam ser desvendados. Há materiais que precisam ser colhidos com urgência para atestar a veracidade do crime, antes que substâncias que poderiam comprovar um “doping”, por exemplo, sejam eliminadas do organismo. Ele conta o caso de uma mulher que alegou ter sido drogada, mas o sangue dela só foi coletado 48 horas depois do fato, e não foi possível verificar a legitimidade das informações. Além do mais, o material ideal que deveria ter sido coletado, segundo o juiz, seria a urina.

 

Diante dos casos expostos, os profissionais externaram as dificuldades por quais passam no dia a dia de trabalho, a falta de materiais e equipamentos. Os participantes reclamaram inclusive da falta de diálogo entre Polícia Civil e IML, quando na verdade as entidades deveriam atuar em parceria.

 

Médica perita do IML de Barra do Garças, Íngrid Thoma, aprovou a capacitação. “Com certeza o workshop foi necessário e muito importante! Principalmente quando tratou das questões do atendimento às mulheres vítimas. Muita coisa que deveria ser feito ainda está fora da nossa realidade, porque o IML de Barra conta só com médicos e com atendente da recepção, não possui psicólogo nem assistente social. Mas a gente tenta fazer a nossa parte”, observa.

 

Ingrid também concorda que é necessário maior diálogo entre profissionais da Polícia e do IML e sugeriu reuniões frequentes entre os profissionais do IML para apontar as falhas internas e discutir os casos. Também defende que seja feita capacitação permanente.

 

A investigadora Andrea Guirra diz que apesar das limitações estruturais e de materiais, fazer o algo a mais e ser um profissional proativo é necessário para o bom desempenho das funções. “Há um projeto para ter uma assistente social e um psicólogo na Delegacia da Mulher, mas independentemente disso o médico perito que atua no IML tem que saber atender de forma diferenciada”, garante.

 

Ela avalia que o workshop atingiu seu objetivo. “O diálogo aberto facilita muito as coisas. Essa troca de experiências é gratificante. A humanização no atendimento é essencial”, avalia.

 

 

 

 

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