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Terça-feira, 12 de Junho de 2018, 14h:24

"Se o Mauro não se viabilizar, o DEM é varrido nesta eleição", afirma analista

MICHELY FIGUEIREDO

Para o jornalista e analista político, Onofre Ribeiro, com a confirmação da candidatura de Mauro Mendes (DEM) ao governo na convenção partidária, o mais provável é que a oposição se una, ou seja, Otaviano Pivetta (PDT) e Wellington Fagundes (PR) recuem dos projetos para apoiar o democrata. Com essa união, Ribeiro acredita que a eleição possa ser definida em primeiro turno. E o resultado seria favorável à oposição.

 

Edison Rodrigues/Secom/MT

onofre ribeiro

 Onofre Ribeiro

"Com o Mauro, certamente o Wellington recue, assim como o Pivetta. Eles se juntam. O que está no ar é uma coisa muito subjetiva, uma frente contra o Pedro Taques. Todos se juntam na suposição de que será possível montar um grupo monolítico para o futuro", analisa.


Pivetta já havia dito sobre o possível recuo em apoio a Mauro Mendes. Já Wellington pode se interessar pela união, conforme Ribeiro, porque embora diga que é pré-candidato, não demonstra "convicção" no projeto.


"Wellington não tem nada a perder, já tem mandato de senador e não demonstrou convicção da sua candidatura, está só sendo periférico. Eu acho que vão queimar etapa. Wellignton tem mandato, o Pivetta não tem estrutura para disputar ao governo, eles se unem agora e já eliminam o Taques no primeiro turno".


Essa chance de Taques ser derrotado em primeiro turno, segundo explica Ribeiro, se daria pelo descontentamento com a gestão tucana e também pelo isolamento político, resultado da atitude política do atual governador.


"Taques não tem líderes representativos. Ele como líder maior  é candidato à reeleição num partido sem grandes líderes. Numa coligação com partidos pequenos. O PSDB está rachado, não é uma rocha. Ele [Taques] junta uma frente, mas não junta uma força", reforçou.


Hoje o projeto à reeleição de Pedro Taques conta com o apoio do PPS, Patriota, Solidaridade, PSB, PRTB, além do PSDB. "Pedro Taques se filiou ao PSDB, mas nunca abraçou o partido. Sempre teve um comportamento individualista em relação ao partido. Por conta disso que ele e [Nilson] Leitão se estranharam e aquele episódio não foi superado. Publicamente sim, internamente no partido não. Nilson tem mais tradição no partido que o Pedro Taques", disse Ribeiro.


O analista ainda considera que se, com todas as adversidades, Taques sair vencedor da eleição, ele poderá ser considerado um "gigante". "Se ele conseguir se eleger, é um gigante, o novo dono de Mato Grosso. Se não eleger, vai precisar repensar a carreira dele. Há muito pouca chance de ele se eleger na circunstância do Mauro ser candidato".


Ribeiro disse que caso Mauro não dispute, mas Wellington Fagundes concorra, há 50% de chance de Taques vencer. Já se o opositor for Pivetta, Taques também venceria.


Possibilidade sem Mauro

 

Em que pese o Democratas ter anunciado a pré-candidatura de Mauro Mendes nesta segunda-feira, Ribeiro considera que o projeto não está "100% sacramentada". "Tem sempre a possibilidade de não confirmar, porque a candidatura dele está ligada a muitas condicionantes, pessoais, empresariais, partidárias, oportunidades. Ele está tampando uma hemorragia, um desespero do DEM por uma candidatura. Até porque se tirar o Mauro, o DEM não existe hoje. Não existe porque não se viabiliza".


Onofre Ribeiro pondera que caso a candidatura de Mauro se viabilize, automaticamente estariam viabilizados os projetos de Jayme Campos ao Senado, Fábio Garcia à Câmara Federal e Eduardo Botelho à Assembleia Legislativa. "Além disso, o partido surge como uma nova força política. Se o Mauro não se viabilizar, o DEM é varrido nesta eleição".


E o resultado desse enfraquecimento do DEM seria o senador Wellington Fagundes saindo do processo bastante fortalecido.


"A gente está vivendo uma tempestade no estado, na política. Pode acontecer qualquer coisa fora e dentro disso. A política esse ano virou uma gelatina", analisou.


Onofre Ribeiro lembra que nunca houve uma situação semelhante a essa. "O jogo sempre foi mais claro. Antes tinha partido, hoje não tem mais. Hoje há o protagonismo de nomes e não de partidos. Não é mais uma linha homogênea que torna previsível, ao sabor de pessoas".