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Segunda-feira, 11 de Junho de 2018, 14h:00

Pronto Socorro pode ser tornar novo "elefante branco"

MICHELY FIGUEIREDO

Para o presidente do Sindicato dos Profissionais da Enfermagem de Mato Grosso, Dejamir Soares, Cuiabá corre o risco de inaugurar o novo Pronto Socorro, que está sendo construído diante de uma parceria firmada entre o Governo do Estado e a prefeitura, e a obra se tornar um novo "elefante branco" para a cidade. Isso porque enquanto se fala em entregar a parte física aos munícipes, ainda não houve movimentação no sentido de garantir a equipe de profissionais para atuar na nova unidade de saúde. 

 

Mayke Toscano/Hipernotícias

Dejamir Soares

 

"Se a cuiabanada não abrir o olho, o novo Pronto Socorro vai ser o maior fiasco. Estão querendo inaugurar sem processo licitatório de nada. Quem vai trabalhar lá? Vai ser no regime CLT, contratado, concursado? Não tem nada, não foi feito um seletivo", acentuou Dejamir Soares em entrevista concedida à Rádio Capital FM. 

 

O sindicalista ainda reiterou que sequer foi realizado um estudo para saber quantos profissionais serão necessários para o atendimento de pacientes. "Como vai inaugurar se não tem nada pronto nem da parte humana. Querem inaugurar algo com pressa, sem condição de inaugurar. Se não for bem pensada, essa obra pode ser mais um elefante branco que vai ficar parado em Cuiabá". 

 

Ele ainda lembrou a polêmica em torno da emenda de bancada, no valor de aproximadamente R$ 80 milhões, que deveria ser empregada na compra dos equipamentos para o Novo Pronto Socorro. Até o momento, a prefeitura ainda realizou a licitação, embora o dinheiro já tenha sido liberado. 

Em janeiro deste ano a prefeitura chegou a lançar certame para compra de equipamentos e móveis no valor de R$ 18 milhões. Outros dois lotes seriam lançados, conforme disse o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), em fevereiro, no montante de R$ 48 milhões, o que não ocorreu. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, esses editais estariam em fase de confecção, com previsão de lançamento na praça este mês. 

A Secretaria Municipal de Saúde ainda pontuou que os recursos federais destinados à aquisição de equipamentos seriam insuficientes, uma vez que seriam necessários R$ 86 milhões para a compra total. Diante deste cenário, a decisão do Executivo Municipal foi por equipar a nova unidade de saúde de forma mesclada, ou seja, comprado o que é possível, locando equipamentos e terceirizando outros. 

A pasta ainda informou que para que o Pronto Socorro funcione, será necessário um aporte do Governo Estadual de R$ 48 milhões, no entanto, o Estado teria se comprometido a repassar apenas R$ 30 milhões, o que ainda não teria ocorrido. 

 

O novo Pronto Socorro começou a ser construído ainda na gestão do ex-prefeito Mauro Mendes (DEM), em 2015. A previsão era de que a obra seria concluída 18 meses após o seu início. Seria entregue em julho de 2017, o que não se efetivou. O novo prazo estabelecido era o aniversário da capital deste ano, o que também não ocorreu. Agora, a nova data para a entrega é final do mês de julho.

 

A obra, localizada no bairro Ribeirão do Lipa, está orçada em R$ 76,9 milhões, sendo que o Estado é responsável por R$ 50 milhões, que corresponde a 65% do valor total licitado, e o Município arcará com o valor restante. 

 

O novo Pronto-Socorro terá 21 mil metros quadrados de área construída em um terreno com 20 hectares. Ao todo, a unidade contará com 315 leitos, sendo 40 para Unidades de Terapia Intensiva (UTI), um Centro de Diagnósticos, um Centro Ambulatorial.

 

O prédio terá três entradas principais, uma exclusiva para pacientes com casos de urgência e emergência adulta e pediátrica referenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a segunda para casos ambulatoriais e a terceira para internações.

 

A unidade de saúde também terá dois acessos, um pela Avenida Miguel Sutil e outro pelo bairro Despraiado. O estacionamento terá 444 vagas e a unidade ainda contará com um heliporto.