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Terça-feira, 08 de Outubro de 2019, 13h:45

Fabris era privilegiado e recebia mensalinho até quando era suplente, diz Riva

FERNANDA ESCOUTO

O ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, em uma suposta proposta de colaboração premiada encaminhada ao Ministério Público Estadual (MP-MT), afirmou que 38 parlamentares receberam propina ao longo de 20 anos, entre eles o ex-deputado Gilmar Fabris (PSD), que chegou a receber “mensalinho”, até quando era suplente.

Maurício Barbant/AL-MT

José Riva / Gilmar Fabris

 José Riva e Gilmar Fabris 

O HNT/HiperNotícias teve acesso ao documento sigiloso, que seria uma suposta colaboração premiada de Riva. Assinada em 27 de março de 2019, os relatos foram feitos à procuradora-geral de Justiça, Ana Cristina Bardusco.

Conforme o documento, Riva revelou que Fabris recebia os valores mensais referentes à propina, ainda que suplente, uma vez que, por determinação dos ex-governadores Blairo Maggi (PP) e Silval Barbosa, deveria ter tratamento privilegiado, ou seja, receber a propina em dobro.

O ex-deputado usava o mensalinho para manter seu pessoal contratado e pago por fora. Além de receber o salário e mais verba indenizatória, que os parlamentares têm direito.

Períodos de mensalinho

Fabris recebeu propina em cinco condições distintas. Nos períodos de 2003 a 2005, ele recebeu das mãos de Riva, Silval, Tegivan Luiz de Morais [ex-secretário de finanças da Assembleia], Edemar Adams [ex- secretário de finanças da Assembleia] um valor total de R$ 640 mil.

De 2005 a 2007, Fabris recebeu R$ 1,1 milhão. Já de 2007 a 2011, o ex-deputado levou R$ 2,2 milhões de propina. Do ano de 2011 a 2013, ele conseguiu de mensalinho, um valor de R$ 3,2 milhões. O período que o ex-deputado mais ganhou foi de 2012 a 2015. Ele ganhou recebeu 4,8 milhões.

Justificativa

Para receber o mensalinho, Fabris atestou falsamente o recebimento de materiais e serviços não entregues/prestados à ALMT. O pagamento era feito, por meio de transferências, depósitos, cheques ou valores em espécie.

Mesa Diretora

Ainda segundo a suposta delação de Riva, Fabris, que vinha de outra legislatura, teria sido o coordenador da campanha da Mesa Diretora relativa ao período 1995/1997.

De acordo com o ex-presidente da Casa de Leis houve pagamento de propina para votos dos deputados, porém, como Riva havia recém tomado posse, acabou sendo primeiro secretário por uma composição de seu partido à época (Partido da Mobilização Nacional - PMN).

Toda a coordenação dessa campanha foi feita pelo então Dep. Gilmar Fabris, que já vinha de outra legislatura.

Ao longo desses vinte anos de poder, Riva revelou que gastou aproximadamente R$ 40 milhões durante negociações para as eleições da Mesa Diretora.

Outro lado

O HNT/Hipernotícias tentou entrar em contato com o ex-deputado Gilmar Fabris, porém ele não atendeu as ligações. Já o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, disse que estava em uma reunião e não ia falar sobre o assunto. O espaço do site continua aberto.