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Domingo, 08 de Setembro de 2019, 20h:27

Gaeco prende tenente coronel Marcos Paccola em Cuiabá

LUIS VINICIUS

O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) prendeu no inicio da noite deste domingo (8) o tenente coronel da Polícia Militar Marcos Eduardo Ticianel Paccola. A prisão ocorreu em Cuiabá.

Alan Cosme/HiperNoticias

major paccola

 Tenente coronel Marcos Paccola

A detenção do oficial é decorrente da “Operação Coverage”, que investiga Paccola e mais quatro integrantes da corporação. Eles são suspeitos de fomentar um esquema criminoso voltado à adulteração de registros de armas de fogo, mediante falsificação documental e inserção de dados falsos em sistema informatizado da Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio da Polícia Militar.

A ação policial foi deflagrada no dia 29 de agosto, em Cuiabá. No entanto, Paccola não chegou a ser preso, pois momento antes de sua prisão, o desembargador Sebastião Barbosa Faria deferiu um salvo-conduto e impediu a prisão do tenente coronel.

 

Os fatos que levaram a prisão do tenente coronel não foram revelados pelo Gaeco. 

 

A reportagem entrou em contato com o advogado Ricardo Monteiro, que faz a defesa do militar, que disse ainda não saber o motivo que Paccola foi preso. No entanto, o jurista contou que o tenente coronel foi levado ao 1º Batalhão da Polícia Militar, localizado no bairro Porto, na Capital.

 

Na segunda-feira (9), Paccola deverá ser encaminhado ao Fórum de Cuiabá, onde passará por audiência de custódia. No procedimento, será definido qual unidade militar ele ficará preso, à disposição da Justiça.

 

Operação Coverage

 

Além de Paccola, foram alvos da ação policial, o tenente coronel Sada Ribeiro Parreira e os tenentes Cleber de Souza Ferreira e Thiago Satiro Albino.

Os militares são suspeitos de utilizar seus cargos e funções de relevância para adulterar o registro de uma pistola 9 mm, mediante falsificação documental e inserção de dados falsos em sistema informatizado da Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio da Polícia Militar.

O revólver pertence a Ferreira. De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), as fraudes foram descobertas após a apreensão da pistola e do celular do tenente na Operação Assepsia, deflagrada pela GCCO.

Depois da apreensão, o aparelho foi encaminhado à Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), onde foram realizadas extrações de conversas do aplicativo WhatsApp.

Desses diálogos, os policiais descobriram um suposto grupo criminoso composto pelo próprio tenente Cleber, Albino, Paccola e Parreira.

A Polícia Civil descobriu que essa pistola teria sido usada por Cleber em crimes de homicídios ligados aos inquéritos da "Operação Mercenários".

A arma foi encaminhada à Perícia Técnica e Identificação Oficial (Politec) pela Polícia Militar, para exame de balística por conta de o tenente ter, em tese, efetuado um disparo de arma durante uma festa junina da Rotam, em 2018.

Depois, em 2019, a DHPP pediu perícia em todas as armas calibre 9 mm, que tinham passado pela Politec, nos últimos dois anos, para conexão a eventuais crimes de homicídios.

A Politec constatou em laudos periciais de balística a utilização da pistola em três homicídios consumados e quatro tentativas de homicídios, ocorridos entre os anos de 2015 e 2016. A suspeita é de que os militares fariam parte de um grupo de extermínio.

Nessa fase da investigação, a DHPP apurou que a arma pertencia ao tenente Cleber na data dos crimes, com registro no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma).

Quando da prisão do tenente na operação Assepsia, a GCCO verificou que havia diversas fraudes praticadas por ele com objetivo de dar legalidade a uma arma 9mm, a mesma que foi descoberta recentemente vinculada aos inquéritos da operação Mercenário.

 

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