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Sexta-feira, 06 de Setembro de 2019, 15h:36

Policiais fomentaram sofisticado esquema de fraude, diz Ministério Público

LUIS VINICIUS

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) afirmou que os cinco policiais militares, presos na “Operação Coverage”, fomentaram um sofisticado esquema criminoso voltado à adulteração de registro de armas de fogo. A informação consta na denúncia oferecida pelo órgão nesta quinta-feira (5).

Divulgação

MINISTÉRIO PÚBLICO

 

Participam do suposto esquema, segundo o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), os tenentes coronéis: Marcos Eduardo Ticianel Paccola, Sada Ribeiro Parreira e os tenentes Cleber de Souza Ferreira e Thiago Satiro Albino.

Eles foram alvos da “Operação Coverage” deflagrada pelo Gaeco, no dia 21 de agosto. O grupo teria utilizado seus cargos e funções de relevância para adulterar o registro de uma pistola 9 mm, mediante falsificação documental e inserção de dados falsos em sistema informatizado da Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio da Polícia Militar.

“Cumpre consignar, inicialmente, que as investigações levadas a efeito no presente contexto possibilitaram a identificação de uma organização criminosa – Orcrim -, composta, fundamentalmente, por Oficiais Militares da ativa que, utilizando de seus cargos, fomentaram um sofisticado esquema criminoso voltado à adulteração de registro de armas”, diz parte do trecho da decisão do Ministério Público.

A pistola estava registrada no nome do tenente Ferreira. Esse revólver, de acordo com o Gaeco, levou a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a investigar a participação de Cleber, em crimes de homicídios ligados aos inquéritos da Operação Mercenários.

Diante das suspeitas, a arma foi encaminhada à Perícia Técnica e Identificação Oficial (Politec) à Polícia Militar, para exame de balística por conta de o tenente ter, em tese, efetuado um disparo de arma durante uma festa junina da Rotam, em 2018.

Depois, em 2019, a DHPP pediu perícia em todas as armas calibre 9 mm, que tinham passado pela Politec, nos últimos dois anos, para conexão a eventuais crimes de homicídios.

A Politec constatou em laudos periciais de balística a utilização da pistola em três homicídios consumados e quatro tentativas de homicídios, ocorridos entre os anos de 2015 e 2016.

Diante da descoberta das fraudes, a Polícia Civil comunicou o Ministério Público Militar para as providências cabíveis relacionadas aos militares.

Diante disso, foi autorizado mandado de prisão para os militares. Porém, o policial teria sido informado da operação e impetrou um habeas corpus para impedir a sua prisão. O salvo-conduto (habeas corpus preventivo) foi deferido pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Sebastião Barbosa Farias. Diante disso, o tenente coronel nem chegou a ser preso.

 

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