A diretoria da Polícia Civil decidiu afastar o delegado Rafael Escatolon das investigações do caso das escutas ilegais que ficou conhecida como “Grampolândia Pantaneira”. Ele deixará os trabalhos para se dedicar “exclusivamente” à Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz).
Porém, na última semana uma foto foi compartilhada no Instagram em que o delegado aparece em uma imagem com outras pessoas investigadas na grampolândia.
O fato teria incomodado as Jannira Siqueira Moura e Luciana Canaverde, que auxiliavam Scatalon na investigação.
O compartilhamento também teria irritado o juiz Jorge Luís Tadeu Rodrigues, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá. A autoridade policial teria sido convocado para ir até a Sétima Vara para explicar-se para tratar do assunto na terça-feira (13).
Diante do afastamento, um novo delegado deverá ser destinado para as investigações. Até a publicação da matéria, a diretoria da Polícia Civil não havia confirmado o novo delegado.
Arapongagem
O caso das interceptações telefônicas clandestinas, emergiram, há três anos, e tiveram como principal mote uma denúncia do promotor de Justiça Mauro Zaque, que deixou a Secretaria de Segurança Pública do Estado. Ele revelou o caso, levando-o ao conhecimento do então governador Pedro Taques.
Segundo a denúncia, policiais militares e integrantes da cúpula do Governo do Estado mantinham escutas telefônicas grampeando as linhas de políticos, empresários, juízes e jornalistas.
Para conseguir autorização judicial, os números eram anexados a uma lista para interceptação de pessoas investigadas por tráfico de drogas na Comarca de Cáceres. O esquema também era conhecido como “barriga de aluguel”.