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Terça-feira, 13 de Agosto de 2019, 09h:03

Membros pedem saída de presidente por venda de diplomas

LUIS VINICIUS

Reprodução

Creci

Membros do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Mato Grosso (Creci)  enviaram ofício ao Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci) denunciando o presidente Benedito Odário e pedindo a destituição dele do cargo, com pedido de liminar de afastamento imediato. A queixa foi encaminhada também ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal.

O documento, datato de 3 de maio, é assinado por 11 pessoas que acusam Benedito de não coibir a inscrição de pessoas que não preenchem os requisitos legais para exercer a profissão. Há, segundo eles, materialidades que indicam para a venda de diplomas, a Certidão de Conclusão de Curso de TTI. 

Segundo o documento, a denúncia envolve um homem chamado Jacir Campanharo e, ao menos, mais oito pessoas que teriam comprado os diplomas com "Clebson", um fiscal do Creci também acusado de partidipar do esquema.

Há denúncias de que no Creci-MT haveria comércio ilegal e venda de diplomas, uso da máquina e exercício ilegal da profissão.

Na queixa em que o HNT / HiperNotícias teve acesso, os denunciantes afirmam que o chefe do órgão estaria envolvido em esquema de venda de diplomas falsos para o exercício da profissão. Os valores variavam entre R$ 10 mil a R$ 15 mil.

MAIS ESCÂNDALO

Uma operação fiscalizatória feita pela Polícia Civil na última sexta-feira (9), envolveu o vice-presidente do Creci, Claudecir Roque Contreira. Na ação, da Delegacia Especializada do Consumidor (Decon), um jovem de 19 anos foi preso na Imobiliária Contato por exercício irregular da profissão. A empresa de Claudecir fica localizada no bairro Jardim Imperial.

Em sua defesa, o vice-presidente afirmou ao HNT/HiperNotícias que a fiscalização da PJC teria sido uma armação em represália contra a denúncia de venda de diplomas, na qual ele participou como denunciante.

CRECI/MT


“Preliminarmente, requer-se que seja deferido o pedido liminar contra o representado com aplicação de suspensão e afastamento imediato das funções administrativas perante o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso, tendo em vista ter representado praticado, em tese, ato contrário a dignidade e quebra de decoro da classe de corretores de imóveis”, diz parte da denúncia.

Outro lado

À reportagem, a Assessoria de Imprensa do Creci classificou a atitude de Claudecir Contreira como “antiética” e o acusou agir sob a pretensão de assumir a presidência do conselho.

“Isso aí (denúncia) parte tudo do vice-presidente do Creci, Claudecir Contreira. Ele como vice-presidente, tem se comportado de maneira antiética. Na verdade, o que ele pretende é causar um clima para assumir a presidência. Qualquer um pode denunciar, mas o problema é saber se tem alguma veracidade na coisa”, disse.

No posicionamento alegou que fiscalizar empresas irregulares ou ilegais é prerrogativa do conselho, visando a concorrência saudável, a moralidade do mercado e para manter a credibilidade e confiança do Creci.

“As operações dos fiscais estão previstas em lei e ninguém está acima dela. O sr. vice-presidente deveria dar o bom exemplo e não permitir a ilegalidade em sua empresa”, disse o assessor do presidente Benedito.

O chefe do órgão estaria envolvido em esquema de venda de diplomas falsos para o exercício da profissão. Os valores variavam entre R$ 10 mil a R$ 15 mil.

OUTRA QUEIXA

Contreira ainda apresentou outra denúncia que envolve o presidente Benedito. Desta vez, a informações de que o Creci manteria um contrato ilegal com o ex-presidente do MT Saúde, Yuri Bastos Jorge, dono da empresa que comercializa aplicativo de corretagem de imóveis chamado “Toc Toc”.

Esse programa, de acordo com os criadores, traz mais facilidade para as negociações e vendas de imóveis. O software é gratuito. Leia a matéria AQUI.

“É uma perseguição. Neste momento, estamos tendo divergências no combate à ilegalidade. A empresa do senhor Yuri Jorge Bastos, ex-presidente do MT Saúde, criou um aplicativo que não tem inscrição no conselho, mas ele faz o trabalho imobiliário, inclusive com placas anunciando imóveis. Eu, e muitos outros conselheiros e corretores, não podemos concordar com isso porque é irregular e ilegal e parte da diretoria do atual Creci, incluindo o presidente Benedito, o secretário e tesoureiro, que estão em conluio com o Yuri”, disparou ele.

O OUTRO LADO

Imagem da Internet

Yuri bastos

Yuri Bastos Jorge foi secretário de Estado

Diante disso, Yuri entrou em contato com a reportagem e afirmou que para o funcionamento do aplicativo não é necessário credenciamento no Creci.

“Eu quando fui lançar meu negócio, procurei a entidade Creci e o seu presidente solicitando uma parceria. Eu queria na época fazer uma cooperação, portanto essa cooperação não foi possível fazer. Mas, ao mesmo tempo, o Creci me liberou para trabalhar. Eu tenho o parecer jurídico do Creci confirmando que eu não sou corretor de imóveis. Eu não preciso do registro, pois não sou corretor”, disse Yuri à reportagem.

Por fim, explicou que o programa facilita o trabalho do corretor de imóveis e que apenas presta assessoria administrativa depois que o contrato é fechado.

“Eu criei o aplicativo para atender corretores e imobiliários. Na verdade, o aplicativo unifica todos os participantes desse processo: corretores, com clientes, com imobiliária e etc. O programa facilita o trabalho do corretor. A plataforma é um web site e um aplicativo para anúncio de imóveis. O corretor que se credenciar, não paga nada para anunciar o imóvel dele. Por conta minha, eu jogo esse anúncio em outras plataformas nacionais e quando o corretor bate o martelo com o inquilino para locação ou para venda, eu dou todo o suporte, toda assessoria jurídica, administrativa e financeira. Esse é o meu negócio", se defendeu ele.

 

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