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Quinta-feira, 18 de Julho de 2019, 08h:00

Zeca repudia PDT Nacional e se desfilia do partido; vai para o Podemos

Ex-deputado classifica de absurda a punição da sigla, aos deputados federais que votaram a favor da Reforma da Previdência. Por enquanto sai sozinho do PDT. "Mas o Pivetta não fica também, não. Conheço o perfil dele"

PAULO COELHO

A partir de hoje, quinta-feira(18), o ex-deputado estadual Zeca Viana não preside mais o PDT de Mato Grosso e nem pertence mais aos quadros do partido. Pediu para sair. “Tomei  a decisão de me desfiliar do PDT e vou fazer isso amanhã [hoje]. É que a nossa nacional  está expulsando oito deputados federais que votaram a favor da reforma da Previdência e eu acho isso um absurdo, não tem como eu ficar num partido desse”, explicou Zeca, à reportagem do HNT/Hipernotícias, na noite dessa quarta-feira (17).

Alan Cosme/HiperNoticias

zeca viana

 Ex-deputado estadual Zeca Viana

Viana deve se filiar, em breve, ao Podemos. “Já há uma conversa bem avançado com o [deputado federal presidente do PODEMOS-MT] Medeiros, ele está bem alinhado com a presidência [da República] e é um partido de direita, num tem aloprados”, emendou.

O PDT em Mato Grosso, atualmente, não tem diretório constituído. Foi desfeito após desentendimento ideológico entre Zeca e o presidente nacional da sigla, Carlos Luppi. Com a saída de Zeca, assume o comando estadual do partido, o prefeito de Diamantino, Eduardo Capistrano, até então, vice presidente.

Zeca Viana foi  deputado estadual na legislatura passada e não conseguiu se reeleger no pleito de 2018. Ele é pecuarista e irmão do ex-prefeito de de Primavera do Leste Getúlio Viana.

Hoje, porém, a maior liderança do PDT de Mato Grosso é o vice-governador Otaviano Pivetta, ex-prefeito de Lucas do Rio Verde. Pivetta também é defensor da reforma da Previdência, proposta pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), até por compor um governo estadual que já se manifestou, com veemência, a favor da aprovação do projeto. 

Entretanto, ainda não há a confirmação sobre saída ou permanência do vice-governador da sigla de Leonel Brizola, maior ícone do PDT no Brasil  e que motivou Otaviano, Zeca, dentre outros, a se filiarem à agremiação.

“Mas pelo que eu conheço do perfil desse gaúcho velho, ele não vai ficar no PDT, não”, apostou Zeca, salientando que Pivetta não quer envolvimento com questões partidárias, nesse momento, como as referentes às punições, feitas pela nacional, dos deputados federais que ajudaram a aprovar o texto da reforma previdenciária na Câmara.

Apesar de Viana ter  dito que oito parlamentares federais estão sendo expulsos do PDT, por conta da reforma, na verdade trata-se, ao menos por enquanto, de uma “suspensão” coletiva.

Na prática, isso significa que eles continuam exercendo seus mandatos sem fazerem parte da sigla de forma oficial. Todos os parlamentares que contrariaram a orientação do partido serão chamados a dar suas versões sobre o caso. Ao final da apuração, eles poderão ser expulsos ou sofrer punições menores, como advertência. 

Foram suspensos do PDT, até agora, os deputados federais Tábata Amaral (SP); Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Gil Cutrim (MA), Jesus Sérgio (AC), Marlon Santos (RS), Silvia Cristina (RO) e Subtenente Gonzaga (MG). 

“Se  seu tivesse disputado e me elegido deputado federal, no ano passado, com certeza eu estaria aí, sendo expulso também”, brinca Zeca, ao defender a reforma da Previdência, como a “decisão necessária que nos últimos 20 anos, nenhum outro presidente conseguiu fazer, até que surgiu um que está fazendo”.