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Terça-feira, 12 de Fevereiro de 2019, 10h:09

Justiça nega pedido de anulação de investigação contra Ledur e marca audiência para abril

LEONARDO HEITOR

O juiz Wladimir Perri, da 11ª Vara Criminal Militar de Cuiabá, negou um pedido da defesa da tenente do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur de Souza Dechamps para suspender a ação em que é acusada pela morte do aluno Rodrigo Claro. Os advogados pretendiam anular as investigações feitas pela Polícia Civil, por entenderem que esta caberia à Justiça Militar, o que foi negado pelo magistrado.

Reprodução/HiperNoticias

tenente isadora ledur

 Tenente trabalha no admistrativo dos bombeiros

Na mesma decisão, Perri também agendou para os dias 15 e 16 de abril as audiências de instrução, onde serão ouvidas as testemunhas e a própria tenente. Rodrigo Claro era aluno do 16º curso de formação de soldados do Corpo de Bombeiros, que tinha Ledur como uma das instrutoras. Cabia a ela o treinamento de salvamento aquático, no qual a vítima morreu.

 

“Não há que se falar que os elementos colhidos na fase inquisitorial são capazes de provocar resultado de julgamento dissociado da realidade da conduta da acusada. Aliás, muito pelo contrário, pois a Autoridade Policial que presidiu as investigações, conforme já demonstrado era competente à época dos fatos. Não se descura que é pacífico na doutrina e na jurisprudência que inexiste decretação de nulidades em inquérito policial, comum ou militar. O inquérito policial não é indispensável para o oferecimento da denúncia, conquanto seja peça importante, pode a peça pórtico acusatória se basear em sindicância, em processo administrativo, em peças de informação etc.”, diz a decisão.

 

No despacho, Perri convocou o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, Alessandro Borges Ferreira, juntamente com os militares que atuarão como juízes no Conselho Especial de Justiça Militar. Entre eles, estão o tenente coronel BM Neurivaldo Antonio de Souza, major PM Paulo César Vieira de Melo Junior e a major PM Ludmila de Souza Eickhoff.

 

Afastada da corporação há mais de dois anos, a tenente Izadora Ledur retornou às atividades do Corpo de Bombeiros há cerca de um mês. Conforme a assessoria da instituição, a oficial ficará lotada no setor administrativo, por enquanto. Os bombeiros não informaram mais detalhes sobre retorno da tenente, nem o andamento do Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) ao qual responde por conta da acusação de tortura contra Rodrigo Claro.

 

Logo após a morte do rapaz, a tenente foi afastada das funções do Corpo de Bombeiros para a realização do PAD. No decorrer de dois anos, a oficial apresentou mais de dez atestados médicos, alegando problemas psicológicos. Fator que a impediu de prestar depoimentos à Justiça, quando foi solicitada.