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Especial Domingo, 15 de Fevereiro de 2015, 08:01 - A | A

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Domingo, 15 de Fevereiro de 2015, 08h:01 - A | A

DE BONSUCESSO

Folião de 85 anos revela que superou morte da mãe em bailes de carnaval

RAYANE ALVES / WALMIR SANTANA

Para superar a dor de perder a mãe após o nascimento, Joaquim Leite da Rosa, 85 anos, conhecido lá pelas bandas do distrito de Várzea Grande, Bonsucesso, como Painha, contou com exclusividade ao HiperNotícias que preencheu o vazio que estava no coração  com as brincadeiras de carnaval. Um dos mais antigos festeiros da região, o folião relembra que a vida lhe deu muitas alegrias e que o carnaval sempre é muito esperado pelos moradores da comunidade. 

Reprodução/VG Notícias

painha

 

Painha conta que o carnaval da década de 30, onde ele começou a participar com oito anos de idade, era o momento de confraternização mais esperado pelas famílias mato-grossenses. “Não precisava nem falar em carnaval era só pensar que as pernas já ficavam ‘comichando’ para entrosar na dança”, disse sorridente.

 

Com a memória de um garoto de 15 anos, o folião recorda que as festas eram organizadas pelas famílias. A confecção das roupas era de responsabilidade das donas de casa. Os festejos com as apresentações dos blocos começavam às 8h e terminavam pontualmente às 19h.

 

Painha participava do bloco “Pó Rolou”, composto também pelos conhecidos foliões Nego, Cajê, Painha, Polino, Nestor, Potosinho, Branco, Didi, que faziam o maior sucesso nos anos 50.

 

Na comunidade os moradores recordam que o bloco desfila em várias regiões. Ele passava pelo Souza Lima, Capão Grande, Praia Grande, Poço Grande e Pai André. Os festeiros saiam de Bonsucesso na sexta-feira, e só retornavam na quarta-feira de cinzas.

 

Voltando ao assunto, Painha fez questão de lembrar que quando chegavam em casa todos deveriam lavar as fantasias para serem usadas novamente. Todas as peças deveriam estar secas de manhã, e eram passadas com ferro a base de carvão.

 

“Não tinha esse negócio de amanhecer na rua, porque naquele tempo não havia energia elétrica, muito menos, lamparina. As roupas eram confeccionadas pelas mulheres de família e ainda tinha que ser planejado um bolso para colocar a vela para voltar para casa”, explicou Rosa.

 

ÍCONE

 

Joaquim Leite é ícone da história de Bonsucesso, mas ele prefere ser lembrado pelo apelido, porque foi assim que ele ficou conhecido e reconhecido como um dos mais importantes festeiros de carnaval de Várzea Grande.

 

O apelido foi colocado pelos amigos quando ele era criança porque era desnutrido e magro. “Eu era fininho de mais e parecia uma palha devido aos problemas que passei por causa da morte da minha mãe no parto. Mas, hoje eu gosto de tudo o que vivi e acho graça por que foi uma experiência de vida que tive e ainda continuo tendo”, concluiu.

 

Reprodução/VG Notícias

bonsucesso

 

BONSUCESSO

 

O Distrito é rico na lavoura na cana de açúcar, e se mantem a prática da pescaria. A comunidade fica às margens do Rio Cuiabá, e foi fundado em 1800. O fundador Justino Antonio da Silva Claro era proprietário de uma fazenda farta, com muita terra. No local mantinha empregados e escravos.

 

Hoje é considerado um dos principais pontos turísticos da Baixada Cuiabana. No local, o turista encontra restaurantes que servem pratos típicos, o carro chefe, claro, é o peixe.

 

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